HISTÓRICO DE PRIVATIZAÇÃO DO BANESPA
FONTE: OBSERVATÓRIO SOCIAL
1909 Junho – é fundado com capital francês o Banco de Crédito Hipotecário do Estado de São Paulo.
Seu objetivo era amparar a atividade agrícola no estado de São Paulo.
1926 Novembro – o governo de São Paulo passa a deter quase 90% do capital do banco, que passa a se chamar Banco do Estado de São Paulo (Banespa).
1994 Setembro – o Banespa discute com o BC proposta para solucionar seu principal problema:
A dívida estadual com o banco, que soma mais de R$ 8 bilhões.
Dezembro – devido às dificuldades do banco para fechar o caixa, o BC decreta o Regime
de Administração Especial Temporária (Raet): diretores, nomeados pelo BC, assumem o
banco. Inicia-se uma batalha pelo controle do banco e solução da dívida do estado entre os
governos estadual e federal.
1995 Dezembro – o estado mantém o controle do Banespa, mas o Raet é prorrogado por mais
12 meses.
1996 Janeiro – assinado protocolo de intenções com a União para pagamento da dívida paulista
com o banco, estimada em R$ 15 bilhões nesta época;
Abril – o governo paulista desiste do acordo de pagamento da dívida, que, com a demora
na aprovação, por parte do Senado, já havia subido para cerca de R$ 18 bilhões.
Novembro – o estado admite a federalização do banco e firma outro protocolo com a
União, que transfere para o governo federal a dívida do estado com o Banespa e a Nossa
Caixa Nosso Banco, em troca da transferência para a União de 51% das ações do
Banespa.
Dezembro – a Assembléia Legislativa autoriza o governo de São Paulo a transferir as
ações do Banespa para o governo federal. O Raet é prorrogado por seis meses.
1997 Dezembro – federalização do Banespa e da dívida do estado: a União troca a dívida
paulista com o Banespa por títulos públicos federais no valor total de R$ 52,5 bilhões e o
estado de São Paulo entrega ao governo 9,5 bilhões de ações do banco, o que
corresponde a 51%.
1998 Janeiro – revogada liminar da justiça contra a federalização. O Conselho Nacional de
Desestatização (CND) inclui o Banespa no Programa Nacional de Desestatização.
Junho – diretor do BC diz que o leilão pode ficar para início de 1999.
1999 Abril – concedida liminar contra privatização, em ação impetrada pelo Sindicato dos
Bancários de São Paulo.
Junho – BC consegue cassação da liminar e planeja publicar edital convocando leilão para
outubro.
Setembro – BC prevê adiamento do leilão para junho de 2000.
Novembro – União faz novo acordo com governo de São Paulo para adquirir mais 15,67%
das ações do Banespa e passa a deter 66% do capital votante do banco.
Dezembro – empresas de consultoria definem em R$ 5,95 bilhões o valor do banco.
2000 Abril – quatro bancos nacionais e cinco estrangeiros estão pré-qualificados para participar
do leilão do Banespa: Bradesco, Itaú, Unibanco, Safra, BBV, Citibank, Bankboston, HS e Santander.
Outubro – o Conselho Monetário Nacional marca para 20 de Nov de 2000 o leilão e o
publica edital de venda com o preço mínimo definido de R$ 1,85 bilhões.
Novembro – governo esclarece que o comprador receberá o lucro auferido pelo banco em
2000 e poderá fechar o capital.
Bankboston, Citibank, BBVA e HS desistem de participar do leilão. O Santander compra o
Banespa por R$ 7,05 bilhões, o que representou um ágio de 281,08% em relação ao preço
mínimo definido.
Fonte: Revista Exame. Edição 728, Ano 34, no
24, publicada em Novembro de 2000.
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