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Eurasia vê risco de incidente na eleição como o do Capitólio nos EUA - POR: Bloomberg Línea Summit - Por Mariana d'Ávila 14 De Setembro, 2022

 ‘Pode haver susto e volatilidade com a instabilidade [política] e possível violência’, disse Silvio Cascione, diretor da consultoria de risco político, no Bloomberg Línea Summit

Fuente: Bloomberg/Victor J. Blue)

Bloomberg Línea — A duas semanas da eleição presidencial no Brasil, cresce a visão entre especialistas do mercado de que a transição de governo possa não ser pacífica, podendo resultar em movimentações de grupos econômicos.

De acordo com Silvio Cascione, diretor da Eurasia no Brasil, há risco de um incidente parecido com o que houve nos Estados Unidos – a invasão no Capitólio, em janeiro de 2021 – por aqui. “Não deve haver uma greve nacional, mas há um caldo que permite esse tipo de acontecimento”, disse durante o Bloomberg Línea Summit, realizado nesta quarta-feira (14), em São Paulo, referindo-se a uma possível paralisação dos caminhoneiros.

A Eurasia estima hoje uma probabilidade de 65% de vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o presidente Jair Bolsonaro com 35% de chance de vitória em um segundo turno.

“Não estamos preocupados com o resultado final, mas pode haver susto e volatilidade com a instabilidade e possível violência”, completou. Este, contudo, não é o cenário base da Eurasia, reforçou o executivo.

Cascione não é o único que partilha dessa opinião. O guru dos emergentes Mark Mobius disse em entrevista à Bloomberg News que pelo fato de Lula possuir uma vantagem confortável sobre o presidente Jair Bolsonaro nas pesquisas de opinião, o risco seria o incumbente contestar o resultado num movimento similar ao que levou a protestos e invasão do Capitólio nos EUA.

E, embora este não seja o cenário base, Mobius diz que é um risco de cauda suficientemente razoável para impedir que ele aumente por ora suas apostas no país, que se mantiveram relativamente inalteradas nos últimos meses.

Bolsonaro, que lançou dúvida sobre o sistema eletrônico de voto no passado, tem dito que aceitará os resultados – “desde que a eleição seja limpa”.

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