Os robôs do Facebook aprendem sozinhos e mais rápido que nunca - EL PAÍS RETINA 22 MAI 2019 - POR: EL PAÍS
A empresa lançou mão da inteligência artificial para monitorar o discurso do ódio e a desinformação em sua plataforma, mas admite que ainda vai levar anos para bloquear de maneira confiável tal conteúdo
O Facebook não vende robôs. E não planeja fazer isso. Mas seus pesquisadores usam muitos. O motivo é que trabalhar com robôs ajuda a desenvolver ferramentas de inteligência artificial mais eficientes que lhe permita controlar discursos de ódio ou a desinformação na rede social.
A empresa afirma no blog corporativo que suas máquinas são cada vez mais inteligentes e rápidas. E que aprendem sozinhas. O gigante das redes sociais trabalha com cientistas da computação de várias universidades (incluindo Nova York e Berkeley) para reduzir o tempo que levam para ensinar a um braço de um robô como pegar objetos após dezenas de tentativas, em vez de centenas ou milhares.A empresa não está em seus melhores momentos. Pelo menos do ponto de vista da imagem. Lançou mão da inteligência artificial para monitorar a violência extremista, o discurso do ódio e a desinformação em sua plataforma. A empresa diz estar progredindo, mas admite que ainda vai levar anos para que existam sistemas autônomos capazes de bloquear de maneira confiável tal conteúdo. "O bom da robótica é que ocorre em tempo real, no mundo real", disse recentemente à Bloomberg Antoine Bordes, diretor dos laboratórios de pesquisa de inteligência artificial da empresa.
O fato é que o Facebook conseguiu avançar muito no desenvolvimento da inteligência artificial. Tanto que afirma ter desenvolvido numerosos robôs de aprendizagem autônoma, um hexapoda que aprendeu a andar sozinho, um braço articulado que explora o ambiente movido pela curiosidade e um robô com sensores táteis para interagir com o ambiente.
O processo depende dos sensores localizados nas articulações das pernas do robô e de um algoritmo de aprendizagem por reforço autônomo. O robô coleta informações com as quais otimiza o modelo para atingir seu objetivo, e com o tempo melhora seu desempenho.A aplicação desses métodos de aprendizagem por reforço autônomo – em inglês, reinforcement learning – deu origem a um robô de seis pernas capaz de aprender de forma autônoma a caminhar, sem qualquer instrução ou comando externo, e sem ter informações sobre suas habilidades ou sobre o entorno.
A complexidade está no fato de que o robô tem de levar em conta seu equilíbrio, sua localização no espaço e sua localização geográfica, e o ruído gerado pelos sensores dificulta a estimativa e a precisão dos estímulos coletados.
A equipe FAIR (Facebook Artificial Intelligence Researchers) desenvolveu esses experimentos para obter um robô capaz de aprender a se movimentar sozinho com o mínimo de interações possíveis e que o processo de automação se reduza a algumas horas, em vez de dias ou semanas.
Por fim, de acordo com a Europa Press, o método de aprendizagem autônoma também foi aplicado a um terceiro robô para que, por meio do tato, seja capaz de executar sua tarefa se um objeto dificulta sua visão. Para fazer isso, foram empregados um modelo preditivo de vídeo e um mapa de alta dimensão fornecidos por um sensor tátil de alta resolução, para que o robô decida qual é a sequência ideal de ações para executar uma tarefa específica. Com esse método de previsão, o robô conseguiu executar várias tarefas, como girar uma bola, mover um joystick e identificar um dado de 20 faces.
Comentários
Postar um comentário