Pular para o conteúdo principal

A GENERALIZAÇÃO COMO ARMA - POR: MARCOS BENEDITO


A generalização é um recurso de linguagem que pode provocar a existência de muitas injustiças!

No Brasil e no mundo, no que tange ao debate social, a generalização foi muito utilizada pelas classes mais privilegiadas para disseminar preconceitos, discriminação, injustiça, extermínio das minorias, prisões, tortura, mortes e um infinito leque de arbitrariedades.

No atual momento político que vivemos no Brasil, às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais, estabeleceu-se uma disputa enraivecida entre os ideais defendidos pela direita, reunidos em torno da candidatura de Bolsonaro, e parte da esquerda, representada pela candidatura de Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores.

Bolsonaro e seus simpatizantes, incluindo o candidato ao Governo de São Paulo, João Dória, utilizam-se de discursos raivosos contra o PT e a esquerda, jogando à todos na “vala comum” da corrupção e da criminalidade.

Parcela significativa da população sente-se representada por estes candidatos.

Fato constatado pelos institutos de pesquisa, que apontam uma vantagem significativa dos candidatos comprometidos com o ideário conservador.

Esta dicotomia não é inédita na política nacional!

Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda do Nazismo, usava este recurso de linguagem, para discriminar e condenar o povo judeu e convencer a população da Alemanha da necessidade da guerra, sob o comando de Adolph Hitler.


No Brasil, não podemos nos esquecer de Antônio Conselheiro, que em Canudos, foi perseguido e morto, juntamente com seus seguidores, devido a sua pregação, que classificava a então recém proclamada República, como algo de procedência maligna.

Como não resgatar a luta em Palmares, onde os negros liderados por Zumbi, classificados como pessoas sem alma, resistiram à várias investidas do Governo Brasileiro, representados pela Coroa Portuguesa.

Aliás, nós negros, desde que fomos sequestrados da nossa Mãe - Pátria, sofremos todo o tipo de agressão e violência promovida pelo Estado e pela sociedade.

Ganhamos os piores salários, ocupamos os postos menos relevantes no mercado de trabalho.

Diariamente, somos vitimados pela generalização, que nos classifica como cidadãos e cidadãs de segunda classe!

O atual quadro político brasileiro pode representar cinquenta anos de retrocesso para o país, onde o discurso de generalização está dividindo o Brasil justamente no meio, antagonizando direita e esquerda, ricos e pobres, progressistas e reacionários, honestos e ladrões, armados e desarmados, civis e militares, crentes e pecadores etc.

A retórica da generalização, que neste momento de disputa, busca discriminar todos àqueles que lutam por um mundo mais justo e igualitário, estabeleceu um objetivo  mais amplo, classificando à todos os que tem uma visão política de esquerda, como alvos preferenciais do sinhozinho branco.  

Querendo nos submeter raivosamente, ao jugo do capital, aniquilando com as nossas conquistas, tentando nos impor o seu modelo político e religioso, numa tentativa de nos enquadrar numa versão modernizada do "Admirável Mundo Novo". 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Carta das Centrais Sindicais ao Presidente Bolsonaro

“EXMO. SR. JAIR MESSIAS BOLSONARO MD. PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL BRASÍLIA – DF Senhor Presidente, As Centrais Sindicais que firmam a presente vem, respeitosamente, apresentar-se à Vossa Excelência com a disposição de construir um diálogo em benefício dos trabalhadores e do povo brasileiro. Neste diálogo representamos os trabalhadores, penalizados pelo desemprego que atinge cerca de 12,4 milhões de pessoas, 11,7% da população economicamente ativa (IBGE/PNAD, novembro de 2018) e pelo aumento da informalidade e consequente precarização do trabalho. Temos assistido ao desmonte de direitos historicamente conquistados, sendo as maiores expressões desse desmonte a reforma trabalhista de 2017, os intentos de reduzir direitos à aposentadoria decente e outros benefícios previdenciários, o congelamento da política de valorização do salário mínimo e os ataques à organização sindical, as maiores expressões deste desmonte. Preocupa-nos sobremaneira o destino da pol

19 Exemplos de publicidade social que nos fazem pensar em problemas urgentes - POR: INCRÍVEL.CLUB

Criadores de propagandas de cunho social têm um grande desafio: as pessoas precisam não apenas notar a mensagem, mas também lembrar dela. Você deve admitir que, mesmo passados vários anos, não consegue tirar da cabeça algumas peças publicitárias desse tipo, que fizeram com que passasse a enxergar determinadas situações sob uma outra ótica. Se antes as propagandas sociais abordavam tmas como a poluição do meio ambiente com plástico e o aquecimento global, hoje existem campanhas sobre os perigos do sedentarismo, os riscos que o tabagismo representa aos animais em decorrência do aumento de incêndios florestais e até sobre a importância das férias para a saúde humana. São, portanto, peças que abordam problemas atuais e familiares para muita gente. Neste post, o  Incrível.club  mostra a você o que de melhor foi criado recentemente no campo das propagandas de cunho social. Fumar não é prejudicial apenas à sua saúde, mas também aos animais que vivem em áreas que sofrem com incênd

Empresas impõem regras para jornalistas

REDE SOCIAIS Por Natalia Mazotte em 24/5/2011 Reproduzido do Jornalismo nas Américas http://knightcenter.utexas.edu/pt-br/ , 19/5/2011, título original: "Site de notícias brasileiro adota regras para o uso das redes sociais por jornalistas"; intertítulo do OI Seguindo a tendência de veículos internacionais , o site de notícias UOL divulgou aos seus jornalistas normas para o uso de redes sociais , de acordo com o blog Liberdade Digital. As recomendações se assemelham às já adotadas por empresas de notícias como Bloomberg , Washington Post e Reuters : os jornalistas devem evitar manifestações partidárias e políticas, antecipar reportagens ainda não publicadas ou divulgar bastidores da redação e emitir juízos que comprometam a independência ou prejudiquem a imagem do site. Segundo um repórter do UOL, os jornalistas estão tuitando menos desde que as diretrizes foram divulgadas . "As pessoas estão tuitando bem menos. Alguns cogitam deletar seus p