Leonel Brizola é fotografado armado, dentro do Palácio do Piratini (sede do governo do Rio Grande do Sul) - POR: joel Paviotti
Leonel Brizola é fotografado armado, dentro do Palácio do Piratini, sede do governo do Rio Grande do Sul, afrontando militares que não queriam deixar João Goulart tomar posse, o movimento, organizado pelo político, ficou conhecido campanha da Legalidade.
Em 25 de agosto de 1961, Jânio Quadros havia renunciado à presidência da República. João Goulart, vice presidente, estava em uma viagem pela China. Desde 1954, os militares tentavam golpear a democracia, ao receberem a noticia que Jango seria o próximo presidente do Brasil, um grupo de generais, apoiados pelos Estados Unidos, resolveu questionar a posse de Jango, pois tinha medo de um governo alinhado à esquerda. Os militares chegaram a ameaçar derrubar o avião que trazia o futuro presidente.
Foi durante essa crise que, Leonel Brizola, então governador do Rio Grande do Sul e cunhado de Jango, organizou resistência à tentativa eminente de golpe a partir de um movimento conhecido como "Campanha da Legalidade", Brizola convocou a população a resistir. Através da rádio, conseguiu comover e mobilizar os trabalhadores gaúchos à fecharem fábricas, escolas e departamentos públicos e decretou Estado de Alerta, em posse do microfone o governador discursou:
"O Governo do Estado do Rio Grande do Sul cumpre o dever de assumir o papel que lhe cabe nesta hora grave da vida do País. Cumpre-nos reafirmar nossa inalterável posição ao lado da legalidade constitucional. Não pactuaremos com golpes ou violências contra a ordem constitucional e contra as liberdades públicas. Se o atual regime não satisfaz, em muitos de seus aspectos, desejamos é o seu aprimoramento e não sua supressão, o que representaria uma regressão e o obscurantismo."
Um general foi destacado para atacar o palácio do Piratini, a quantidade de pessoas em frente a sede do governo em POA era tão grande que o militar recuou, com medo de uma guerra civil eminente e, enviou o seguinte recado aos superiores:
"Comunico que tendo recebido ordem do Sr. Ministro, intermédio general Geisel, que implicaria deflagrar guerra civil, declarei que não cumpriria e, a partir deste momento enquanto comandante III Exército, só cumpriria ordens legais dentro Constituição vigente".
A coragem dos gaúchos e de Leonel Brizola atrasou o golpe por quase três anos e garantiu a posse de João Goulart como presidente do Brasil.
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