Augusto Nunes defende William Waack: 'Punhado de frases sem importância' - Diego Iraheta - 09/11/2017 - POR: HUFFPOST
Jornalista foi afastado da TV Globo depois que vazou vídeo em que diz 'é preto, é coisa de preto'.
O jornalista Augusto Nunes, âncora do Roda Viva, da TV Cultura, e colunista da Veja e da rádio Jovem Pan, saiu em defesa de William Waack, afastado da bancada do Jornal da Globo nesta quarta-feira (8). Ele foi suspenso após o vazamento de vídeo com declarações de cunho racista feitas em 2016 durante a cobertura das eleições dos Estados Unidos.
Em seu editorial na Jovem Pan nesta quinta-feira (9), Nunes enaltece a carreira de Waack no jornalismo. "Repórter visceral, tornou-se o melhor correspondente de guerra do País". Ele cobriu, por exemplo, a desintegração da União Soviética e a Guerra do Golfo, em 1991. Nessa cobertura pela Agência Estado, ele foi sequestrado pela guarda do ditador Saddam Hussein e mantido como refém por oito dias.
Nunes afirma que Waack é um "profissional que deveria servir de modelo, inspiração e referência para todos os jornalistas iniciantes". Na avaliação dele, a revolta da internet com Waack está relacionada à inveja do sucesso dele como intelectual e formador de opinião. É nesse ponto que o jornalista de Veja sobe o tom:
"Não é surpreendente que por um punhado de frases sem importância, ele vire alvo de seitas especialmente repulsivas: os politicamente corretos, os fanáticos extremistas, os que odeiam olhar-se no espelho, os perdedores congênitos, os patrulheiros esquerdopatas, os cretinos fundamentais e os idiotas em geral."
O "punhado de frases sem importância" a que se refere Augusto Nunes é: "é preto. É coisa de preto". As frases, em tom de galhofa, foram ditas quando um carro buzinava em alto volume próximo a um link da TV Globo em Washington (DC).
Segundo Augusto Nunes, "estarão a seu lado [de Waack] os incontáveis brasileiros que sabem que o País seria muito melhor se houvesse por aqui mais gente provida das virtudes que sobram em William Waack".
Ouça o áudio completo:
Ao afastar Waack de suas funções, a TV Globo reconheceu "comentários, ao que tudo indica, de cunho racista".
Segundo a emissora, o jornalista "afirma não se lembrar do que disse, já que o áudio não tem clareza, mas pede sinceras desculpas àqueles que se sentiram ultrajados pela situação".
A Globo também exalta o currículo de Waack e informa que, a partir desta quinta, decidirá junto a ele o futuro do profissional na empresa.
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