Antiga guerrilha se constitui como partido político com a mesma sigla.
Foi Iván Márquez, número dois e rosto visível do grupo, que em 15 de agosto – no mesmo dia em que se completou a entrega de armas à missão das Nações Unidas – adiantou que o novo partido sairia do congresso como Força Alternativa Revolucionária da Colômbia. Em sua opinião, a maioria das bases não gostaria de enterrar o nome com que em 1964 nasceu o movimento insurgente. Apesar do C da sigla significar o conceito de comum, isso é, de comunhão e comunidade, o fundamental é que mantém a ideia de revolução.
Na inauguração do congresso, tanto Timochenko como Iván Márquez insistiram na manutenção do caminho revolucionário da nova força política, que após deixar a violência se propõe agora a conquistar seus projetos nas urnas. Esse último enfatizou também a importância do grupo de se transformar em uma alternativa no mapa de partidos da Colômbia. “Sobre esse propósito e sobre nossa trajetória histórica o que nós queremos é conceber o caráter de nosso partido; como um partido revolucionário”, afirmou Márquez.
O símbolo escolhido é uma rosa vermelha que lembra a rosa do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE). Na sexta-feira a organização finalizará seu congresso com uma apresentação pública da nova direção e das listas de candidatos às eleições legislativas que se realizarão em março de 2018. No próximo ano o país elegerá também um novo presidente, mas as FARC descartaram, pelo menos por enquanto, a participação nessas eleições. De qualquer forma, o acordo de paz feito com o Governo de Juan Manuel Santos garante a esse novo partido uma presença garantida de cinco representantes na Câmara e cinco no Senado. A antiga insurgência terminará oficialmente seu primeiro congresso com um comício e um show na Praça Bolívar de Bogotá, um lugar simbólico próximo aos estamentos do poder político onde em 2002 as FARC realizaram um atentado contra a posse do ex-presidente Álvaro Uribe.
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