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OBSERVANDO A PAUTA - CUT promove intercâmbio com sindicalistas africanos - POR: CONTRACS - 05/04/2017

Troca de experiências e ampliação da integração são principais objetivos do encontro


Escrito por: Érica Aragão / CUT Nacional
















Representantes sindicais dos países do sul da África, principalmente da Namíbia, estiveram reunidos com sindicalistas da CUT Brasil em São Paulo na manhã desta segunda-feira (03) e ouviram atentamente a conjuntura política que os brasileiros e brasileiras estão passando depois do golpe parlamentar, jurídico e miditico que aconteceu há quase um ano.
“Nós estamos numa luta diária para barrar os retrocessos que esse governo ilegítimo de Michel Temer está praticando contra toda a população brasileira. A CUT tem sido protagonista nos combates na luta por direitos sociais, civis e trabalhistas”, destacou o Secretário das Relações Internacionais da CUT, Antônio Lisboa.
O intercâmbio sindical Brasil-África, que tem apoio da CONTRACS (Confederação Nacional dos Trabalhadores no comércio e serviços), CONTRAF (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) e do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) acontecerá até a próxima sexta (7) e tem como principal objetivo a troca de experiências de lutas e através da TUCNA (Congresso Nacional de Organizações Sindicais de Trabalhadores) potencializar a internacionalização do movimento sindical para melhorar as condições de vida e de trabalho do povo africano.
A vinda desses representantes sindicais de Namíbia para o Brasil foi a primeira ação dessa integração. A ideia agora é que uma delegação sindical brasileira vá até lá e conheça as experiências deles de perto. “A África faz parte da nossa história e da nossa cultura. Para a CUT as relações africanas são prioridades”, frisou Lisboa.
Segundo o secretário, essa integração foi um processo que começou na base, de sindicato para sindicato, com apoio das centrais, e a ideia partir daqui é abrir para outros países do sul da África, como Angola, Moçambique, Botsuana, Zimbábue, África do Sul, entre outros. Lisboa contou que a participação do secretário geral da TUCNA, Mahoagora Kavihuha, no programa da Universidade Global do Trabalho (Global Labour University – GLU), em Campinas, foi à porta de entrada para este encontro.
Mohoagora contou que o que o trouxe para o Brasil foram as políticas progressistas implementadas no governo Lula e as políticas, influência e compromisso da CUT na luta a favor dos direitos sociais e trabalhistas da classe trabalhadora.
“A ideia aqui é aprendermos uns com os outros como desenvolver mecanismo de cooperação, como deslanchar a solidariedade, a capacitação dos trabalhadores, programas de justiça social, campanhas nacionais laborais e possivelmente encontro com as duas populações para fortalecer a luta do movimento sindical mundo”. O secretário geral da TUCNA terminou dizendo que “o objetivo é aumentar essa cooperação Sul Sul para melhorar as condições de vida e de trabalho do nosso povo”.
Para a presidenta do Sindicato dos Professores de Namíbia, Toini U.P. Nauyama , a troca de experiência com o movimento sindical brasileiro melhora e fortalece a representação dos trabalhadores e das trabalhadoras independente do setor que representa. “Não queremos que a classe trabalhadora africana seja vítima do capitalismo. Como sindicalistas a gente precisa aprender novas ideias e novas habilidades para corresponder às novas expectativas dos trabalhadores contra os abusos diretos e indiretos dos trabalhadores neste momento neoliberal e encontrar alternativas de como lutar contra isso”.
A secretária adjunta Nacional de Combate ao Racismo, Rosana Souza fez uma apresentação sobre o histórico e a importância da secretaria criada em 2009 junto com a criação da secretaria nacional do governo Lula para debater políticas públicas e lutar por melhores condições de vida e de trabalho para os trabalhadores e as trabalhadoras negras do país.
Rosana também convidou toda a delegação para conhecer a periferia de São Paulo para realmente conhecer a realidade da maioria do povo brasileiro, principalmente das mulheres negras. A dirigente além de falar de inúmeras políticas públicas dos governos Lula e Dilma que facilitaram o acesso do negro a melhores trabalhos e a educação, desmistificou a democracia racial e disse que o racismo ainda é muito forte no país. “O preconceito fica mais evidente quando você olha para a realidade população negra do Brasil, que é mais de 50% da população. Os jovens são mortos todos os dias, os negros estão nos trabalhos mais precários e são os que ganham menos, principalmente as mulheres negras”, destacou.
A dirigente também falou das diferenças entre homens e mulheres e fez o recorte racial da desigualdade no mundo do trabalho.
Toini afirmou que os problemas brasileiros são bem parecidos com os de Namíbia, principalmente no que se refere à desigualdade de gênero. 

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