Em entrevista ao jornal Valor Econômico, ex-presidente solta o verbo e acusa o ministro Moreira Franco, "o gato angorá", de ladrão
Destemida, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) concedeu uma entrevista ao jornal Valor Econômico e comentou temas como os bastidores da vida política em Brasília, a relação com o seu ex-vice, Michel Temer (PMDB), e a rotina fora da presidência da República. Citando nomes, a petista fez duras críticas a Temer e a Moreira Franco, ex-ministro em sua gestão que voltou a ter o status na gestão do peemedebista.
“Saber demais não significa que você é capaz de impedir algumas coisas. Por exemplo, o ‘gato angorá’ [Moreira Franco] tem uma bronca danada de mim porque eu não o deixei roubar, querida. É literal isso: eu não deixei o ‘gato angorá’ roubar na Secretaria de Aviação Civil. Chamei o Temer e disse: ‘Ele não fica”, contou.
“Não acho que é relevante fazer fofoca, conversinha. Posso contar mil coisas do [Eliseu] Padilha e do Temer, então? Porque o Temer é isso que está aí, querida. Não adianta toda a mídia falar que ele é habilidoso. Temer é um cara frágil. Extremamente frágil. Fraco. Medroso. Completamente medroso. Padilha não é. A hora em que ele [Temer] começa assim [em pé, mostra as mãos em sentido contrário, com os dedos apertados em forma de gancho]. É um cara que não enfrenta nada!”.
Admitindo seus erros na condução da política fiscal, ela não titubeia em reafirmar o seu empenho no combate à corrupção. “Agora, o que eu tenho certeza que o meu governo jamais fez foi compactuar com a corrupção. Entro num tema que acho sério, que é o ‘sincericídio’ do ministro por um mês, do Planejamento, o senador [Romero] Jucá, quando disse que tinha que estancar a sangria e usou palavras, assim, pornográficas para descrever as relações políticas no Brasil”.
Dilma, atualmente com residência em Porto Alegre, está em viagem por países europeus e continua a denunciar o “golpe” que lhe desbancou do governo e o “atentado que sofre democracia brasileira”. Ela, entretanto, diz não sentir falta de ocupar cadeira no Planalto. “Posso até sentir, mas não agora. Sempre fui uma pessoa que se acostuma com a vida. Tinha uma vida lá, com um ritmo e uma função. Era obviamente interessante, sempre vai ser. Instigante, importante, né? Aqui tenho outra vida. Gosto muito de ler, de ver filme. Escuto ópera”, conta
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