Nós, do Incrível.club, acreditamos basicamente que toda obra de arte relevante tem seu mistério, um "fundo duplo" ou uma história secreta que aguça a nossa curiosidade. Neste post, compartilhamos alguns deles.
A vingança de Salvador Dalí
A pintura “Moça na janela“ foi feita em 1925, quando Dalí tinha apenas 21 anos. Na época, ele ainda não conhecia Gala (a mulher da vida de Dalí), e sua musa era Ana Maria, sua irmã. A relação entre os irmãos sofreu um desgaste quando, em um de seus trabalhos, o artista escreveu: ”Às vezes esculpo, por prazer, sobre o retrato da minha mãe". Ana Maria não foi capaz de perdoá-lo.
Em seu livro de 1949, “Dalí visto por sua irmã“, Ana não fala coisas positivas nem elogia o irmão. A obra deixou o pintor enfurecido. Durante os 10 anos seguintes, ele recordava dela com irritação. Em 1954, surgiu o quadro ”Jovem Virgem Auto-Sodomizada Pela Sua Própria Castidade“. A pose da mulher, seus cachos, a paisagem através da janela e as cores da pintura claramente fazem referência ao “Moça na janela”. Segundo um versão, foi assim que Salvador Dalí vingou-se de sua irmã.
Dânae de dois rostos
Rembrandt Harmenszoon Van Rijn, "Dânae",1636 — 1647.
Muitos mistérios sobre uma das pinturas mais famosas de Rembrandt foram revelados só na década de 1960, quando a tela foi analisada com raios-X. O estudo revelou que a versão anterior da rainha que teve um romance com Zeus, parecia muito com Saskia, esposa do pintor, que morreu em 1642. Porém, na versão final da obra, o rosto da mulher passou a lembrar Geertje Dircx, com quem o artista viveu após a morte da esposa. Duas paixões em um mesmo rosto.
O quarto amarelo de Van Gogh
Vincent van Gogh, "Quarto em Arles", 1888-1889.
Em maio de 1888, Van Gogh conseguiu um pequeno estúdio em Arles, sul da França, para onde foi, fugindo de pintores e críticos parisienses que não o compreendiam. Em um dos quatro dormitórios, Van Gogh instalou-se. Em outubro daquele ano, estava tudo pronto, e ele resolveu pintar "Quarto em Arles". Para o pintor, foi muito importante reproduzir as cores e o conforto do quarto: tudo precisava sugerir a ideia de descanso. E, ao mesmo tempo, a obra tinha que ser feita em tons de amarelo.
Estudiosos da obra de Van Gogh atribuem o excesso de amarelo à dedaleira, remédio fitoterápico que o artista tomava e que causa nos pacientes sérias distorções na percepção de cor.
Mona Lisa banguela
Leonardo da Vinci, "Retrato da Senhora Lisa de Giocondo", 1503-1506.
Segundo o senso comum, o quadro mais famoso do mundo retrata a perfeição. Mas, de acordo com pesquisas recentes, o enigmático e inesquecível sorriso da Mona Lisa pode ter uma causa nada glamourosa: a falta de dentes. Foi isso que concluiu o especialista em arte norte-americano (e também dentista) Joseph Borkowski. Analisando fotografias aumentadas, Borkowski descobriu que ela tem algumas cicatrizes. “Assim, a mulher parece ’sorrir’ justamente por conta do que provavelmente lhe aconteceu“, acredita o especialista. ”A expressão em seu rosto é típica de quem perdeu os dentes frontais". Será?
O major e a moça tímida
Pavel Fedotov, "O noivado do major", 1848.
Ao ver pela primeira vez o quadro "O noivado do major", o público caiu na gargalhada: o pintor russo Pavel Fedotov encheu a obra com detalhes irônicos que os espectadores da época entendiam. Por exemplo, o major, obviamente, não está familiarizado com as regras de etiqueta da nobreza: ele chegou sem flores para a noiva e sua mãe. E a noiva usa um vestido de noite apesar de ser dia (todas as velas do lugar estão apagadas). É a primeira vez que a jovem usa um vestido com decote: está muito envergonhada e quer fugir para seu quarto.
Por que a Liberdade está seminua?
Ferdinand Victor Eugène Delacroix , "A Liberdade guiando o povo", 1830.
Segundo o historiador de arte Julie Etienne, Delacroix pintou o rosto da mulher baseando-se nos traços de uma revolucionária parisiense, a lavadeira Anne-Charlotte, que passou a lutar nas barricadas após o assassinato de seu irmão pelos soldados reais. O pintou a representou com os seios à mostra. De acordo com a tese, isso é um símbolo de coragem e dedicação, assim como do triunfo da democracia: o peito nu mostra que a Liberdade é como uma pessoa comum, que não usava as roupas apertadas que a moda feminina ditava à época.
Um quadrado nada quadrado
Kazimir Malevich "Quadrado negro", 1915.
Na verdade, o "Quadrado negro" não é negro e nem um quadrado: nenhum dos lados do é paralelo a nenhum de seus outros lados, nem aos lados da moldura. A cor preta é resultado de uma fusão de diversas cores, e entre elas, garantem os estudiosos, não estava o preto. Acredita-se que não fui um descuido do pintor, e sim feito com um propósito: criar uma forma dinâmica, em movimento.
Velho pescador
Em 1902, o artista húngaro Tivadar Kosztka Csontvary pintou um quadro chamado "O velho pescador". À primeira vista, a obra não tem nada fora do normal. Porém, Tivadar a colocou num contexto que só foi descoberto após a morte do artista.
Poucas pessoas tiveram a ideia de colocar um espelho no meio da obra. Fazendo isso, é possível ver tanto Deus (no lado direito do velho), como o Diabo (no lado esquerdo do personagem). Genial.
Como separar dois amantes usando uma pintura
Gustav Klimt, "Retrato de Adele Bloch-Bauer", 1907.
Uma das obras mais importantes de Klimt mostra a esposa do magnata austríaco do açúcar Ferdinand Bloch Bauer, Adele. Toda Viena murmurava sobre um possível romance ardente entre ela e o pintor. O marido, ofendido, decidiu se vingar, mas fez isso de forma incomum: encomendou um retrato de Adele a Klimt, obrigando o artista a fazer centenas de esboços até que o pintor cansasse da presença da mulher.
Espertamente, Bloch Bauer planejou para que o trabalho durasse alguns anos, e que, assim sua esposa percebesse como o interesse de Klimt por ela diminuía com o passar do tempo. Ele fez uma proposta muito elevada, que o artista não podia recusar, e tudo saiu como o marido traído planejou: o trabalho levou quatro anos para ficar pronto, e a paixão entre os amantes esfriou. Adele Bloch Bauer nunca soube que seu marido era ciente de seu relacionamento com Klimt.
A obra que devolveu a Gauguin a vida
Paul Gauguin, "De onde viemos? O que somos? Para onde vamos?", 1897-1898.
A pintura mais famosa do francês Paul Gauguin possui uma peculiaridade: não deve ser "lida" da esquerda para a direita, mas da direita à esquerda, assim como os textos cabalísticos que tanto encantavam o pintor. É justamente nesta ordem que a alegoria sobre a vida espiritual e física dos seres humanos evolui: desde o nascimento da alma (o bebê adormecido na parte inferior direita) até a inevitabilidade da morte (o pássaro com uma lagartixa em suas garras, na parte superior esquerda).
O quadro foi pintado enquanto Gauguin estava no Taiti, para onde ia sempre que precisava descansar da civilização. Porém, naquela ocasião, a vida na ilha não saiu bem: a pobreza total causou uma grande depressão no artista. Ao terminar a obra, que considerava uma espécie de testamento espiritual, o pintor pegou uma caixinha com arsênico e se dirigiu às montanhas para morrer. Porém, ele errou na dose e a tentativa de suicídio fracassou. Na manhã seguinte, Gauguin sentiu uma urgência de viver que há tempos não experimentava. Em 1898, a obra entrou numa fase mais alegre.
Fonte Vokrug sveta , Traducción y adaptación ,
: Genial.guru
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