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OBSERVATÓRIO - AFASTAMENTO DE DILMA É JOGO CONTRA O BRICS DIZ ESPECIALISTA - FONTE: SPUTNIK BRASIL

Líderes dos países BRICS antes de primeira sessão da 7 cúpula do bloco em Ufa, Rússia, 9 de julho de 2015

'Afastamento de Dilma é ataque contra influência internacional dos BRICS'

© AFP 2016/ ALEXANDER NEMENOV
Ontem (12), aconteceu o que todo o Brasil esperou por muito tempo: o Senado afastou a presidente Dilma Rousseff do seu cargo por 180 dias. Muitos especialistas dizem que desde as presidenciais o país está dividido. As manifestações pró-impeachment e pró-Dilma provam isso de forma melhor.
Enquanto o presidente interino Michel Temer forma o governo e acomoda-se no Planalto especialistas políticos não estão otimistas em relação dos seus futuros trabalhos em nova posse.
Na opinião do diretor do Instituto da América Latina da Academia de Ciências da Rússia, Vladimir Davydov, o Brasil enfrenta uma grande crise econômica que não pode ser ultrapassada sem resolver problemas políticos. O problema é que o povo agora tem grandes esperanças. Se o novo governo tiver de cortar gastos para programas sociais, perderá todo o apoio em breve. O cientista político expressou a esperança de que o Brasil não passe por uma situação como aquela que existiu na Argentina em 2001-2002 quando o povo argentino se manifestou com o lema principal “Que se vão todos”.
Em geral, Davydov pensa que o afastamento de Dilma é um evento muito “triste” nem só para o Brasil, mas para toda a América Latina. O evento acontecido é um sinal de que há tendência de desestabilizar toda a região por meio de exercer a pressão sobre os líderes destes países. É uma caraterística para todos os 33 países latino-americanos, especialmente para os que têm laços estreitos com a Rússia e a China.
O especialista afirmou que tendo em conta que o Brasil é o membro de grupos internacionais como G20, BRICS e outros, esta tendência de desestabilização pode ter um efeito negativo sobre o papel destas associações na política internacional.
“Penso que se tem de verdade algum roteiro anti-Dilma, é destinado a diminuir o papel da América Latina como o centro coletivo muito importante de economia e política mundial. É o desejo de diminuir o papel de tais organizações das quais participa o Brasil e um jogo contra o grupo BRICS, sem dúvida”, afirmou Davydov.
O objetivo final desta tendência gerada pelas forças externas é diminuir a influência de toda a América Latina e do Brasil em particular, como o maior país da região, sobre desenvolvimentos internacionais, liquidar a região como a força internacional crescente e independente.
Na opinião de Davydov, a campanha contra Dilma é bem planejada e organizada. Todas estas manifestações em junho de 2013 não aconteceriam se não tivesse tido lugar uma incitação especial. Na Internet foi lançada uma ação anti-Dilma para espalhar a visão negativa sobre os trabalhos do seu governo. Foi apoiada pelos políticos e pela máfia brasileira da droga.
“A campanha contra Dilma Rousseff não foi iniciada neste ano <…> Há alguns anos atrás analisamos a manifestações em massa quando por alguns centavos foi aumentado imposto do transporte público <…> Isso é impossível! Isso é impossível se não fosse usada uma tecnologia para incitar protestos”, disse Davydov.
O especialista destacou que o ex-presidente do Brasil Lula bem como Dilma fizeram várias tentativas de lidar com a máfia das drogas brasileira. A criminalidade que agia em favelas foi limitada significativamente, inclusive a que tratava de venda de drogas. Agora é o tempo de fazer uma revanche. O fato de que praticamente todo o poder político do Brasil é corrupto podem significar que há laços entre a criminalidade e as forças oposicionistas.
Segundo Davydov, a parte dos EUA no comércio com os países latino-americanos diminui-se de forma lento, gradual e permanente. O seu lugar tentam ocupar tais países como a China, a Índia, a Rússia, bem como a Turquia e o Irã.
Por isso os EUA devem fazer algo para preservar as suas posições em países da América Latina. Embora, na opinião do especialista, o Brasil conseguirá ultrapassar este período de desestabilidade porque tem aspirações de uma grande potência, é um país muito grande para se tornar vítimas de planos norte-americanos.


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