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OBSERVATÓRIO - O LEGADO MORAL E ÉTICO NA HISTÓRIA DO BRASIL - POR MARCOS BENEDITO


Passamos por um momento político e econômico cheio de incertezas que direta ou indiretamente contribui para o agravamento da crise social no Brasil.

Por este motivo, eu não poderia me furtar de dar a minha modesta contribuição para uma breve reflexão.

A história nos mostra que os grandes movimentos de resistência não se iniciaram nas grandes massas, mas sim na iniciativa de grupos menores, constituídos por pessoas visionárias, que diferentemente da grande maioria  tiveram uma visão diferenciada em relação ao momento histórico em curso.

Temos vários exemplos ocorridos no Brasil e no mundo onde alguns homens e mulheres se propuseram a enfrentar a mídia, os grandes conglomerados, a opinião pública, em suma, o turbilhão de pessoas afetadas em alguma circunstância por uma falta de visão política, uma quase cegueira. 

Em muitas destas situações o arrependimento não foi o suficiente para reverter o grande prejuízo causado para toda a sociedade, restando uma grande mácula histórica, em alguns casos, um motivo de vergonha irreparável. 

Ao tentar resgatar na memória alguns dos principais fatos, lembro-me de imediato do julgamento realizado há mais ou menos dois mil anos atrás, em Jerusalém.

O filho de Deus, Jesus Cristo, condenado e dependurado numa cruz, sem pecado nem culpa, acusado pelos Romanos de ser o “Rei dos Judeus”.

Quando Pilatos propôs a soltura de Jesus trocando-o pelo ladrão e criminoso Barrabás, os judeus escolheram Barrabás, condenando Jesus Cristo.

A consciência de alguns líderes como Zumbi dos Palmares, garantiu a liberdade de milhares de outros negros em Palmares e em diversos outros quilombos espalhados pelo Brasil. 

A Inconfidência Mineira foi outro momento onde um alferes e dentista, juntamente com meia dúzia de revoltosos, se rebelou contra o jugo opressivo. 

Soma-se aos grandes feitos históricos à luta desenvolvida por alguns abolicionistas, que culminou com a assinatura da Lei Áurea em 1888, pela Princesa Isabel. 

Na década de sessenta, tivemos toda a luta travada pela resistência contra o golpe militar, onde alguns poucos militantes de esquerda resistiram numa luta armada contra as forças militares que impunham a ditadura militar no país. 

Na África do Sul, Mandela, Desmond Tutu, lutavam contra a maioria branca, derrotando o Apartheid.  

Nos anos oitenta, por iniciativa de movimentos progressistas ocorreu o movimento pelas “Diretas Já”.

A vanguarda sempre esteve à frente de seu tempo, defendendo princípios democráticos relevantes para o legado da nação. 

Estamos às vésperas da votação do impeachment da Presidenta Dilma Roussef.

Mais uma vez nos deparamos com a vanguarda de um lado e as forças conservadoras do outro.

A história se repete, no contexto onde uma minoria se sacrifica na defesa dos seus ideais. 

Esta resistência, independentemente do resultado da votação, será registrada nos anais da história.

As futuras gerações poderão avaliar quais foram os comportamentos adotados por cada um dos atores envolvidos. 

Independentemente da vitória ou da derrota, haverá um lugar de honra, reservado pelas futuras gerações, para aqueles e aquelas que se sacrificarem na defesa do legado ético e moral na história do Povo Brasileiro. 

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