O Trident Juncture, maior exercício militar da OTAN em mais de uma década, teve como objetivo treinar as forças da aliança para combater ameaças reais vindas do sul da Europa e uma ameaça percebida vinda do leste - isto é, da Rússia -, segundo matéria publicada pelo jornal alemão Die Welt.
"Pode-se concluir que a OTAN está mostrando seus músculos. Mas para quem? Quem deve ficar impressionado com essa gigantesca demonstração de força?", escreveu o autor do artigo, Thorsten Jungholt.
"Hans-Lothar Domröse, general alemão e comandante das manobras da OTAN, não faz nenhum segredo [sobre o objetivo]. A aliança se sente particularmente desafiada pela Rússia, ao leste da Europa; e ao sul, pela Síria e o Mar Mediterrâneo", acrescentou.
Segundo o artigo, a OTAN está se armando para uma batalha contra o presidente russo Vladimir Putin e, ao mesmo tempo, contra o grupo terrorista Estado Islâmico, que controla regiões da Síria e do Iraque.
Segundo o artigo, a OTAN está se armando para uma batalha contra o presidente russo Vladimir Putin e, ao mesmo tempo, contra o grupo terrorista Estado Islâmico, que controla regiões da Síria e do Iraque.
"A mensagem de Domröse para o Kremlin é clara: a defesa da aliança está de pé, e a OTAN está pronta a qualquer momento para agir em situações de crise, mesmo fora de seu território", escreveu Jungholt.
"Mas esta mensagem não é destinada apenas a Moscou", acrescentou o jornal, citando o geral Domröse.
"A maior ameaça é o aparecimento simultâneo de desafios no leste e a situação de insegurança nas regiões em crise no sul", disse o oficial alemão, que comandou 3.000 soldados da Bundeswehr na Operação Trident – o que é mais do que o número combinado de todos os soldados alemães atualmente servindo em operações estrangeiras.
Segundo Domröse, a Síria, o Iraque, o Iêmen, a Somália e a região do Magreb (particularmente a Líbia) constituem uma espécie de "anel de fogo" em torno da Europa, para o qual a OTAN pode vir a ser chamada em um futuro próximo.
Ao todo, 36 mil homens participaram dos exercícios militares Trident Juncture, cuja fase de “exercícios ao vivo” (Livex) chegou ao fim nesta sexta-feira (6). A operação envolveu mais de 230 unidades terrestres, aéreas e navais e forças especiais de 28 países aliados e 7 parceiros (entre eles a Ucrânia), compreendendo mais de 60 navios e 200 aviões de guerra, principalmente na Espanha, na Itália e em Portugal.
No cenário simulado pelos comandantes da aliança ocidental, a região de “Cerásia Leste” sofria ameaça de conflitos devido à escassez de água. Um país invadiu um vizinho menor e ameaçou invadir outro, a fim de tomar o controle sobre represas-chave, e a OTAN lançou uma missão internacional de assistência e apoio para proteger os Estados ameaçados.
O Kremlin, por sua vez, nega quaisquer pretensões expansionistas e repetidamente chama a atenção para o fato de que é a própria OTAN, com sua política de expansão militar para o Leste, que está colocando em risco a estabilidade regional e mundial.
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