Pular para o conteúdo principal

OBSERVATÓRIO - Entenda o que querem e como surgiram os grupos extremistas que ameaçam o mundo - Do UOL, em São Paulo27/02/2015



  • Homem é crucificado por militantes do Estado Islâmico em dezembro de 2014, na Síria
Diariamente, o Estado Islâmico aparece nas manchetes dos principais jornais do mundo. Não só pelos assassinatos brutais de civis, filmados e publicados na internet, mas também por causa do recrutamento de ocidentais e pelo treinamento militar de crianças, que se tornam guerrilheiras precoces do grupo. Além disso, o grupo passou a queimar livros e destruir obras de arte que representam outras religiões.
Outras células terroristas, no entanto, também ameaçam populações e governos da África e da Ásia, além de causar medo na Europa e na América do Norte, potenciais alvos de ataque. O UOL listou quatro grupos, além do Estado Islâmico, que também ocupam o noticiário pelos atos extremistas.

Al Qaeda

Site Intelligence Group/AFP
Origem: Afeganistão, 1988, após a expulsão da União Soviética do país.
Atuação: Afeganistão, Paquistão, Quênia, Síria, Índia, Somália; ações eventuais em países da Europa e dos Estados Unidos.
Objetivo: Combater a influência ocidental nos países muçulmanos –atacando inclusive governos islâmicos considerados "liberais demais"– e implantar a sharia, o código moral islâmico interpretado de forma extrema pelo grupo. O assassinato de civis, por exemplo, é permitido em prol dos objetivos dos terroristas. A Al Qaeda ganhou notoriedade após os atentados de 11 de Setembro e espalhou o terrorismo por países do Ocidente, do Oriente Médio e da África, influenciando organizações como Estado Islâmico, Al-Shabaab e Boko Haram. Apesar da morte de Osama Bin Landen, o grupo continua vivo a partir de colaboradores inspirados pelos ideais dos terroristas que promovem eventuais ataques suicidas em países como Estados Unidos, Quênia e Iraque.
Atentados notórios: EUA, 11 de setembro de 2001 (Nova York e Pentágono, cerca de 3.000 mortos); embaixadas americanas em Dar es Salaam, Tanzânia, e Nairóbi, Quênia, em 7 de agosto de 1998 (224 mortos); distrito turístico de Bali, Indonésia, em 12 de outubro de 2002 (202 mortos).

Taleban

Reuters
Origem: Afeganistão e Paquistão, 1994.
Atuação: Afeganistão e Paquistão.
Objetivo: Outro nome que ganhou as manchetes pelos atentados de 11 de Setembro, o grupo governou o Afeganistão de 1996 até a invasão americana de 2001 –ele foi tirado do poder pelos Estados Unidos pela acusação de proteger Osama Bin Laden e terroristas da Al-Qaeda, de quem o Taleban era aliado. Mas o grupo continuou ativo no país, com a meta de implementar a sharia, assim como no Paquistão, onde tem o nome de Tehrik-i-Taliban Pakistan e promove sucessivos ataques. O governo paquistanês, que já foi próximo do grupo na época do domínio talibã no vizinho Afeganistão, tenta dialogar com os terroristas em seu país, sem sucesso. Já o Afeganistão recebe treinamento de contraterrorismo das forças dos Estados Unidos e da Otan, mas não consegue extinguir os ataques.
Atentados notórios: massacre em escola de Peshawar, no Paquistão, 16 de dezembro de 2014 (145 mortos, incluindo 132 crianças); ataque a um mercado em Mohmand Agency, Paquistão, em 9 de julho de 2010 (104 mortos); tentativa de assassinato da adolescente ativista Malala Yousafzai, ganhadora do prêmio Nobel da Paz de 2014, em 9 de outubro 2012. O Tehrik-i-Taliban Pakistan assumiu a autoria dos três atos.

Al Shabaab

Feisal Omar/Reuters
Origem: Somália, 2006.
Atuação: Somália, Quênia e Uganda.
Objetivo: Grupo ligado à Al Qaeda criado com o objetivo de transformar a Somália, que enfrenta uma guerra civil, em um estado fundamentalista islâmico governado com base na sharia. Além dos ataques domésticos, também realizou atentados em países vizinhos, como Quênia e Uganda, que se juntaram à Somália para combater os terroristas. As tropas conseguiram expulsar o grupo de Mogadício, capital somali, mas os guerrilheiros controlam algumas partes do país e continuam a atuar no Quênia e em Uganda. O Al Shabaab ganhou notoriedade no último sábado (21), quando o grupo convocou por vídeo, seus "simpatizantes no Ocidente" a copiar um ataque a um shopping no Quênia, que deixou mais de 60 mortos. Os Estados Unidos entraram em alerta, mas o governo Obama ressaltou que não havia "evidência crível ou específica" de que um ataque a shoppings estava sendo planejado no país.
Atentados notórios: ataques suicidas em Kampala, Uganda, em 11 de julho de 2010, no dia da final da Copa do Mundo da África do Sul (74 mortos); ataque em Beledweyne, Somália, em 18 de junho 2009 (35 mortos, incluindo Omar Hashi Aden, ministro da Segurança do país) e vários outros atentados locais.

Estado Islâmico

Reuters
Origem: Iraque e Jordânia, 1999, como "Organização do Monoteísmo e Jihad".
Atuação: Iraque, Líbia e Síria.
Objetivo: Dissidente da Al Qaeda no Iraque, o grupo se estruturou e tomou o mundo de surpresa no ano passado quando conseguiu ocupar territórios e criar um califado entre a Síria e o Iraque, onde hoje se concentra. Mesmo sofrendo constantes ataques aéreos dos Estados Unidos e sendo combatido por Egito, Jordânia, Iraque e Síria, além de forças curdas, o Estado Islâmico assusta tanto pelo avanço militar quanto pelos brutais assassinatos cometidos contra reféns e cidadãos vistos como inimigos do regime. O grupo também governa a partir da sharia, o código moral islâmico interpretado de forma radical pelo grupo, e quem a desrespeita está sujeito a tortura e morte. Seu líder, Abu Bakr al-Baghdadi, é apontado pelos terroristas como sucessor de Maomé, e o EI exige que os muçulmanos prestem sua devoção a ele. O alcance da organização não fica restrito à área invadida: com os recentes recrutamentos de ocidentais, o Estado Islâmico tem se tornado uma ameaça também na Europa e na América do Norte, que temem atentados em seus próprios países e a saída de cidadãos, muçulmanos ou não, para se juntar ao grupo.
Atentados notórios: o domínio do grupo nos territórios sírio e iraquiano frequentemente deixa vítimas, mas o grupo também pratica assassinatos em massa: um dos mais famosos foi entre 12 e 15 de junho de 2014, quando cerca de 1.700 soldados iraquianos teriam sido mortos pelos terroristas em Tikrit.

Boko Haram

AFP
Origem: Nigéria, 2002.
Atuação: Nigéria, Chade, Níger e Camarões.
Objetivo: O Boko Haram é mais um que busca a implantação da sharia, que seria incorporada na Nigéria, o país mais populoso da África, a partir de um golpe. Os terroristas têm sua base no norte do país, de maioria muçulmana, onde dominam um território de aproximadamente 50 mil m². Mas o sul, região da capital Lagos e majoritariamente cristão, também começa a sentir as ameaças. Os sequestros e assassinatos em massa, no entanto, ocorrem principalmente no norte e na região central do país. Nigéria, Camarões e Chade, com apoio técnico e financeiro dos Estados Unidos, tentam combater o Boko Haram, que até o momento tem se mostrado uma ameaça concentrada apenas na África Ocidental.
Atentados notórios: sequestro de 276 garotas de uma escola em Chibok em abril de 2014 (219 ainda estão desaparecidas); sequestro da mulher do vice-presidente de Camarões em julho de 2014 (foi libertada em outubro); assassinato em massa em Baga em janeiro de 2015 (pelo menos 150 mortos, número que pode chegar a 2.000, segundo a entidade Human Rights Watch). (Com CNN)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Carta das Centrais Sindicais ao Presidente Bolsonaro

“EXMO. SR. JAIR MESSIAS BOLSONARO MD. PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL BRASÍLIA – DF Senhor Presidente, As Centrais Sindicais que firmam a presente vem, respeitosamente, apresentar-se à Vossa Excelência com a disposição de construir um diálogo em benefício dos trabalhadores e do povo brasileiro. Neste diálogo representamos os trabalhadores, penalizados pelo desemprego que atinge cerca de 12,4 milhões de pessoas, 11,7% da população economicamente ativa (IBGE/PNAD, novembro de 2018) e pelo aumento da informalidade e consequente precarização do trabalho. Temos assistido ao desmonte de direitos historicamente conquistados, sendo as maiores expressões desse desmonte a reforma trabalhista de 2017, os intentos de reduzir direitos à aposentadoria decente e outros benefícios previdenciários, o congelamento da política de valorização do salário mínimo e os ataques à organização sindical, as maiores expressões deste desmonte. Preocupa-nos sobremaneira o destino da pol

19 Exemplos de publicidade social que nos fazem pensar em problemas urgentes - POR: INCRÍVEL.CLUB

Criadores de propagandas de cunho social têm um grande desafio: as pessoas precisam não apenas notar a mensagem, mas também lembrar dela. Você deve admitir que, mesmo passados vários anos, não consegue tirar da cabeça algumas peças publicitárias desse tipo, que fizeram com que passasse a enxergar determinadas situações sob uma outra ótica. Se antes as propagandas sociais abordavam tmas como a poluição do meio ambiente com plástico e o aquecimento global, hoje existem campanhas sobre os perigos do sedentarismo, os riscos que o tabagismo representa aos animais em decorrência do aumento de incêndios florestais e até sobre a importância das férias para a saúde humana. São, portanto, peças que abordam problemas atuais e familiares para muita gente. Neste post, o  Incrível.club  mostra a você o que de melhor foi criado recentemente no campo das propagandas de cunho social. Fumar não é prejudicial apenas à sua saúde, mas também aos animais que vivem em áreas que sofrem com incênd

Empresas impõem regras para jornalistas

REDE SOCIAIS Por Natalia Mazotte em 24/5/2011 Reproduzido do Jornalismo nas Américas http://knightcenter.utexas.edu/pt-br/ , 19/5/2011, título original: "Site de notícias brasileiro adota regras para o uso das redes sociais por jornalistas"; intertítulo do OI Seguindo a tendência de veículos internacionais , o site de notícias UOL divulgou aos seus jornalistas normas para o uso de redes sociais , de acordo com o blog Liberdade Digital. As recomendações se assemelham às já adotadas por empresas de notícias como Bloomberg , Washington Post e Reuters : os jornalistas devem evitar manifestações partidárias e políticas, antecipar reportagens ainda não publicadas ou divulgar bastidores da redação e emitir juízos que comprometam a independência ou prejudiquem a imagem do site. Segundo um repórter do UOL, os jornalistas estão tuitando menos desde que as diretrizes foram divulgadas . "As pessoas estão tuitando bem menos. Alguns cogitam deletar seus p