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OBSERVATÓRIO - ISRAEL ESTÁ DECEPCIONADO COM A POSIÇÃO DO BRASIL

‘Estamos decepcionados’, afirma embaixador de Israel no Brasil

Rafael Eldad ressalta que autoridades brasileiras ‘só veem um lado’ do conflito e critica falta de menção ao Hamas

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Tanques israelenses tomam posição na Faixa de Gaza - AMIR COHEN / REUTERS
BRASÍLIA - O embaixador de Israel em Brasília, Rafael Eldad, disse ao GLOBO, nesta quinta-feira, que o governo de seu país está surpreso e decepcionado com a atitude do governo brasileiro de chamar de volta seu representante em Tel Aviv, o diplomata Henrique Sardinha, para consultas. Lembrado que o principal argumento usado pelo Itamaraty foi a morte de centenas de civis palestinos, boa parte mulheres e crianças, na Faixa de Gaza, Eldad afirmou:
— (As autoridades brasileiras) só veem um lado. Não vimos, uma única vez, qualquer menção do Hamas. Nossa expectativa era de pelo menos uma palavra de simpatia, de compaixão para com os civis israelenses, que também estão sob fogo de foguetes e mísseis. Foi uma surpresa. Como sabemos, nenhum país do mundo atuou desta maneira.
Eldad, que na última quarta-feira foi chamado ao Itamaraty para ouvir que o governo brasileiro está desapontado como a “desproporcionalidade” na ofensiva de Israel na região, disse que a população do país não consegue mais ter uma vida normal. Lembrou que todo o tráfego aéreo foi paralisado por causa do Hamas, chamado por ele de “esse grupo terrorista”.
— Não vimos nenhuma crítica (do Brasil) citando claramente o nome do Hamas. Não vimos simpatia ou solidariedade — disse ele.
O diplomata disse não saber o que levou o governo brasileiro a agir dessa maneira. Enfatizou que o Brasil sempre teve uma relação de amizade e diálogo sincero e aberto com Israel. E deu a entender que esse tipo de atitude reduz a possibilidade de uma participação mais ativa nas negociações entre Israel e Palestina para um acordo de paz duradoura.
Eldad conversou com O GLOBO por telefone, momentos depois de presenciar, em frente à embaixada, uma manifestação contra seu país.
— E muito triste que existam brasileiros que apoiam e glorificam o terrorismo e alimentam o ódio. Graças a Deus são muito poucos, em torno de 20 a 25 pessoas — disse o diplomata, que reside há três anos em Brasília e deve deixar o Brasil nos próximos dias.


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