OBSERVATÓRIO - Como o voo Malaysia-MH17 foi derrubado por míssil - Posted by Thoth3126 - Tahiane Stochero, do G1, em São Paulo
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Os veículos lançadores desses mísseis são muito caros e complexos; nem o Brasil tem a capacidade necessária para isso e sequer possui esse tipo de armamento.
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Tahiane Stochero, do G1, em São Paulo
É possível um avião civil, com passageiros a bordo, ser abatido enquanto voava a cerca de 10 mil metros de altitude, segundo especialistas ouvidos pelo G1. Isso pode ocorrer por dois modos: tanto por mísseis disparados por aviões caças, ou mísseis lançados de terra para o ar. Em ambas os modos, são usadas tecnologias caras e operadas, normalmente, por uma equipe de militares de Forças Armadas treinados, pois esses armamentos são usados na defesa de países.
Nenhum país na América Latina, por exemplo,nem o Brasil, possui artilharia antiaérea com capacidade de abater, a partir do solo, alvos na altura em que estava o avião da Malaysia Airlines. Uma forte hipótese para o desastre na Ucrânia é que a aeronave tenha sido abatida nesta quinta-feira (17).
Um morteiro lançado no ombro (como as “bazucas”), como os que traficantes usaram para derrubar um helicóptero da Polícia Civil em um morro do Rio de Janeiro em 2009, não tem este poder.
O ministério do Interior da Ucrânia afirmou que mísseis Buk terra-ar acertaram a aeronave. O governo ucraniano também acusou a Rússia de derrubar aviões militares em outras duas ocasiões.
Apontado como o autor de um disparo de um míssil que poderia ter abatido o avião, o sistema Buk é fabricado pela russa Almaz-Antey e possui capacidade de abater alvos entre 3 quilômetros e 25 quilômetros de altitude. Ao menos 15 países ainda usam atualmente o sistema, entre eles a Ucrânia e a Rússia. Os mísseis terra-ar lançados do Buk atingem alta velocidade de até 1.200 metros por segundo, segundo a fabricante.
“É um sistema extremamente complexo que inclui vários carros e soldados treinados. Há radares para saber a posição exata do alvo, sistema de guiamento (que acompanha o alvo e o caminho do míssil) dentro de um veículo equipado. Não é uma arma que se encontra em qualquer lugar. Não é como colocar um míssil no ombro e atirar”, diz o general João Chalella Júnior, comandante da Brigada de Artilharia Antiaérea do Exército Brasileiro.
Quem lançou?
Segundo o especialista em geopolítica e mestre em Relações Internacionais Gunther Rudzid, mísseis como o Igla, que o Exército brasileiro possui, atingem alvos só a até 3 km de altura e não teriam o poder de derrubar um avião a 10 km.
“Se o avião estava na altitude de 10 km, não é algo simples de se abater. Não é só apertar o gatilho ou o botão e vai. São sistemas de guiamento, radares, carros de combate que são operados por países e Exércitos”, afirma Ruzid.
“Se for verdade que o avião foi abatido, tem que se descobrir de onde veio este míssil. Se partiu do território em poder do governo de Kiev (Ucrânia), se partiu da área dominada por separatistas ou se partiu do outro lado da fronteira, da Rússia, e quem disparou. Fala-se que armamento pesado chegou nas mãos de separatistas na Ucrânia. São blindados, radares, mísseis. As pessoas veriam um deslocamento destes carros. Não é algo que se pode esconder e atirar e quem opera tem que conhecer os sistemas, normalmente são soldados treinados para isso”, pondera ele.
Assim como outros sistemas de artilharia de média altura, o Buk é formado por um conjunto de carros blindados. Cada um deles leva uma série de monitores, radares, programas, sensores e lançadores de disparo de mísseis. Para que modelos básicos do Buk acionem um míssil em combate, as tropas trabalham normalmente com equipes que variam de um a três carros: um blindado sobre rodas, com o sistema de lançamento dos mísseis, um carro de comando e radar de alvo e um veículo com transponders e sensores.
“Não posso dizer que teria sido lançado de um lado ou de outro, porque não é uma arma fácil de se comprar e lançar. São vários carros e sistemas que exigem pessoas treinadas para que se consiga atingir um alvo. Nem o Brasil tem esta capacidade”, explica o general João Chalella Júnior.
Atualmente, o Brasil possui apenas canhões e mísseis para baixa altitude, com alcance de até 3 km e está negociando a compra, da Rússia, de um sistema de média altura por R$ 2,5 bilhões. Já mísseis de alta altitude podem atingir alvos a até 200 km.
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