OBSERVATÓRIO - Ex-ministra Matilde deixa secretaria adjunta da Igualdade Racial de SP - POR AFROPRESS
S. Paulo – A ex-ministra da Secretaria Especial de Polícias da Presidência da República (SEPPIR), Matilde Ribeiro, está deixando a secretaria adjunta da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial da Prefeitura de S. Paulo (SMPIR) para assumir uma cadeira de professora no Instituto de Letras e Humanidades da UNILAB (Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira), campus de S. Francisco do Conde, Bahia.
Matilde fez as provas do concurso público para as duas vagas abertas pela UNILAB em dezembro passado e ficou em segundo lugar. O resultado das provas saiu no mês passado e as aulas devem começar a partir de 14 de maio. Ela disse que já está preparando a mudança para a Bahia, onde deverá se radicar.
Na sua rede social postou que a “a vida é desdobrável”, agradeceu ao Secretário da Igualdade Racial, o cantor, apresentador e vereador pelo PC do B, Netinho de Paula, e citou a poeta mineira Adélia Prado: “Aliando-me a Adélia Prado, poeta que definiu que “mulher é desdobrável”, finco pé em meu lado profissional/militante, e, sigo estrada rumo a Bahia! Visualizo esse momento como uma possibilidade de síntese, pois levo os aprendizados anteriores e os coloco em um novo projeto, com menos angustia em relação ao que será o amanhã, a considerar a realidade de maior segurança profissional”, afirmou.
Ostracismo
Depois de sair da SEPPIR por causa do envolvimento do seu nome no caso dos cartões corporativos, a ex-ministra caiu no ostracismo político sendo, inclusive, derrotada em disputa interna para a Secretaria de Combate ao Racismo do PT.
Eleito Fernando Haddad na Prefeitura foi convidada pelo Secretário Netinho de Paula, do PC do B, para assumir a secretaria adjunta da SMPIR. Com a saída de Netinho, substituído pelo assessor Antonio Pinto, o Toninho, que tomou posse ontem, Matilde, que era vista como sucessora natural do titular, ficou numa situação incômoda: passaria a ser chefiada por Toninho, a quem exonerou quando fez parte da sua equipe na SEPPIR, em Brasília, chegando, inclusive, a responsabilizá-lo por informações incorretas que lhe teriam sido passadas no caso dos cartões.
Confira a carta da ex-ministra postada na sua rede social
A vida é desdobrável!
Estou prestes a mudança de rota! Em 2014, passarei a ser professora no Instituto de Letras e Humanidades da UNILAB – Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira na cidade de São Francisco do Conde, na Bahia.
Ser professora universitária a partir de um concurso público, não é apenas a retomada de um projeto acadêmico que interrompi quando aceitei em 2001, a indicação da Secretaria Nacional de Combate ao Racismo do PT (SNCR-PT) para fazer parte da Coordenação do Programa de Governo do candidato à Presidência da República – Luiz Inácio Lula da Silva.
Tenho orgulho de ter me envolvido de maneira efetiva nesse projeto de nação propiciado nessa era Lula, foi enriquecedor ter sido por quase seis anos Ministra da Igualdade Racial. Mas, é hora de garantir o RESGATE da AUTONOMIA profissional e também política, e, com isso não depender de articulações políticas para poder realizar algo simples, que é o desenvolvimento da capacidade de trabalho, como fonte de vida.
Após ter saído do governo federal a vida não foi nada fácil, convivi com a amargura do desemprego, com o nascedouro de contas sem a referência de como e quando pagá-las, e, com a ciranda política de diálogos ancorados em tapinhas nas costas e apelos por paciência com a eternidade dos dias.
Por outro lado, tenho muita gratidão a iniciativas que geraram fôlegos para recarregar baterias dentro de uma área que ajudei a construir! Agradeço ao gesto de Netinho de Paula que me levou a exercer em 2013 o cargo de adjunta na Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial da Prefeitura de São Paulo – SMPIR. Da mesma forma, agradeço entre 2008 e 2012 às oportunidades de consultorias e ações mais pontuais, oportunizadas por algumas instituições públicas e privadas.
Como parte da busca de dias melhores, valorizo imensamente o resgate da autonomia profissional e política. E, afirmo que na vida tudo é aprendizado! Nem tudo é light, mas é aprendizado!
Aliando-me a Adélia Prado, poeta que definiu que “mulher é desdobrável”, finco pé em meu lado profissional/militante, e, sigo estrada rumo a Bahia! Visualizo esse momento como uma possibilidade de síntese, pois levo os aprendizados anteriores e os coloco em um novo projeto, com menos angustia em relação ao que será o amanhã, a considerar a realidade de maior segurança profissional.
Sou grata ao ineditismo da vida, Elisa Lucinda em seu poema Libação nos disse – “Um brinde ao que está sempre em nossas mãos: a vida inédita pela frente e a virgindade dos dias que virão”. Como Elisa, não tenho dúvidas – a vida pode sempre reservar descobertas, e com nossa energia positiva podemos transformá-las em caminhos frutíferos! Isso vale para o hoje e para o amanhã!
Matilde Ribeiro
01 de abril de 2014
Estou prestes a mudança de rota! Em 2014, passarei a ser professora no Instituto de Letras e Humanidades da UNILAB – Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira na cidade de São Francisco do Conde, na Bahia.
Ser professora universitária a partir de um concurso público, não é apenas a retomada de um projeto acadêmico que interrompi quando aceitei em 2001, a indicação da Secretaria Nacional de Combate ao Racismo do PT (SNCR-PT) para fazer parte da Coordenação do Programa de Governo do candidato à Presidência da República – Luiz Inácio Lula da Silva.
Tenho orgulho de ter me envolvido de maneira efetiva nesse projeto de nação propiciado nessa era Lula, foi enriquecedor ter sido por quase seis anos Ministra da Igualdade Racial. Mas, é hora de garantir o RESGATE da AUTONOMIA profissional e também política, e, com isso não depender de articulações políticas para poder realizar algo simples, que é o desenvolvimento da capacidade de trabalho, como fonte de vida.
Após ter saído do governo federal a vida não foi nada fácil, convivi com a amargura do desemprego, com o nascedouro de contas sem a referência de como e quando pagá-las, e, com a ciranda política de diálogos ancorados em tapinhas nas costas e apelos por paciência com a eternidade dos dias.
Por outro lado, tenho muita gratidão a iniciativas que geraram fôlegos para recarregar baterias dentro de uma área que ajudei a construir! Agradeço ao gesto de Netinho de Paula que me levou a exercer em 2013 o cargo de adjunta na Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial da Prefeitura de São Paulo – SMPIR. Da mesma forma, agradeço entre 2008 e 2012 às oportunidades de consultorias e ações mais pontuais, oportunizadas por algumas instituições públicas e privadas.
Como parte da busca de dias melhores, valorizo imensamente o resgate da autonomia profissional e política. E, afirmo que na vida tudo é aprendizado! Nem tudo é light, mas é aprendizado!
Aliando-me a Adélia Prado, poeta que definiu que “mulher é desdobrável”, finco pé em meu lado profissional/militante, e, sigo estrada rumo a Bahia! Visualizo esse momento como uma possibilidade de síntese, pois levo os aprendizados anteriores e os coloco em um novo projeto, com menos angustia em relação ao que será o amanhã, a considerar a realidade de maior segurança profissional.
Sou grata ao ineditismo da vida, Elisa Lucinda em seu poema Libação nos disse – “Um brinde ao que está sempre em nossas mãos: a vida inédita pela frente e a virgindade dos dias que virão”. Como Elisa, não tenho dúvidas – a vida pode sempre reservar descobertas, e com nossa energia positiva podemos transformá-las em caminhos frutíferos! Isso vale para o hoje e para o amanhã!
Matilde Ribeiro
01 de abril de 2014
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