Alguém lembra o nome do juiz sul africano branco que condenou Nelson Mandela à prisão perpetua? Alguém lembra o nome dos jornalistas, ou dos jornais sul africanos e ingleses que estampavam manchetes acusando o Congresso Nacional Africano e suas lideranças de terroristas? Onde foram parar os líderes políticos do Partido Nacional – PN, que sustentou o regime racista naquele país por mais de 40 anos?
Quem se tornou inesquecível para os sul africanos e para a população mundial foram Nelson, sua companheira Winnie, Oliver Tambo, Walter Sisulu e as demais lideranças do Congresso Nacional Africano e, acima de tudo, o extraordinário legado que deixaram para àquele país e para o Planeta.
Foi-se o homem, fica a sua obra. E que obra gigantesca! Vencer àquele regime político homicida, que concedia ou proibia direitos às pessoas segundo a cor da sua pele e elevar à condição de cidadãos milhões de homens e mulheres, que eram considerados menos que animais pelos descendentes de europeus que séculos atrás haviam invadido àquela nação, é obra de gigantes. Evitar um banho de sangue nesse processo de transição é demonstração de uma habilidade sem igual.
A figura mítica de Mandela, que se tornou o símbolo do processo civilizatório da África do Sul e do mundo no século XX, permanecerá nos corações e mentes de todos àqueles que acreditam na igualdade entre os seres humanos, na busca da dignidade das pessoas, que somos todos sujeitos de direitos e que o ódio não é o caminho para se construir nada.
Que ninguém se engane, a unanimidade alcançada por esse grande líder é recente. Classificado como terrorista, até a década de 1980, pelos Estados Unidos e Inglaterra, odiado pelos brancos racistas da África do Sul, desprezado pelas elites mundial e por sua mídia, Madiba, nos seus 27 anos de prisão, contou somente com a solidariedade do seu povo massacrado pelo apartheid, dos demais povos oprimidos do continente africano, da juventude rebelde pelo mundo e, também, do movimento negro e sindical brasileiro.
Para os poderosos do mundo, assim como Mahatma Gandhi, Mandela era o inimigo que deveria ser mantido em cárcere até a morte e execrado pelos meios de comunicação, para que nenhum outro oprimido ousasse levantar a cabeça contra a opressão nem se atrevesse a contribuir na construção de um país – e de um planeta – com mais justiça social, igualdade, tolerância e paz.
Em pleno século XXI, ainda existem pessoas, como o líder negro americano Mumia Abu Jamal, levadas à prisão por suas ideias e por suas ações em prol de sociedades menos desiguais, onde as pessoas tenham acesso à alimentos, moradia, trabalho decente, educação e saúde. Ainda existem pessoas sendo punidas e tratadas como criminosos porque dedicaram suas vidas a construção de um país com justiça social e, por causa disso, despertaram o ódio daqueles que insistem em manter o apartheid social.
Essas pessoas são gigantes, seu nome e sua contribuição já estão indelevelmente marcadas na história. Seus detratores, contudo, não conseguem esconder a estatura nanica que possuem e, assim como os algozes de Mandela, serão desmascarados como anões morais e atirados na lata de lixo da história.
Ramatis Jacino,
Professor da rede pública estadual de São Paulo
Mestre e doutor em História Econômica pela USP
Presidente do INSPIR –
Instituto Sindical Interamericano pela Igualdade Racial
Quem se tornou inesquecível para os sul africanos e para a população mundial foram Nelson, sua companheira Winnie, Oliver Tambo, Walter Sisulu e as demais lideranças do Congresso Nacional Africano e, acima de tudo, o extraordinário legado que deixaram para àquele país e para o Planeta.
Foi-se o homem, fica a sua obra. E que obra gigantesca! Vencer àquele regime político homicida, que concedia ou proibia direitos às pessoas segundo a cor da sua pele e elevar à condição de cidadãos milhões de homens e mulheres, que eram considerados menos que animais pelos descendentes de europeus que séculos atrás haviam invadido àquela nação, é obra de gigantes. Evitar um banho de sangue nesse processo de transição é demonstração de uma habilidade sem igual.
A figura mítica de Mandela, que se tornou o símbolo do processo civilizatório da África do Sul e do mundo no século XX, permanecerá nos corações e mentes de todos àqueles que acreditam na igualdade entre os seres humanos, na busca da dignidade das pessoas, que somos todos sujeitos de direitos e que o ódio não é o caminho para se construir nada.
Que ninguém se engane, a unanimidade alcançada por esse grande líder é recente. Classificado como terrorista, até a década de 1980, pelos Estados Unidos e Inglaterra, odiado pelos brancos racistas da África do Sul, desprezado pelas elites mundial e por sua mídia, Madiba, nos seus 27 anos de prisão, contou somente com a solidariedade do seu povo massacrado pelo apartheid, dos demais povos oprimidos do continente africano, da juventude rebelde pelo mundo e, também, do movimento negro e sindical brasileiro.
Para os poderosos do mundo, assim como Mahatma Gandhi, Mandela era o inimigo que deveria ser mantido em cárcere até a morte e execrado pelos meios de comunicação, para que nenhum outro oprimido ousasse levantar a cabeça contra a opressão nem se atrevesse a contribuir na construção de um país – e de um planeta – com mais justiça social, igualdade, tolerância e paz.
Em pleno século XXI, ainda existem pessoas, como o líder negro americano Mumia Abu Jamal, levadas à prisão por suas ideias e por suas ações em prol de sociedades menos desiguais, onde as pessoas tenham acesso à alimentos, moradia, trabalho decente, educação e saúde. Ainda existem pessoas sendo punidas e tratadas como criminosos porque dedicaram suas vidas a construção de um país com justiça social e, por causa disso, despertaram o ódio daqueles que insistem em manter o apartheid social.
Essas pessoas são gigantes, seu nome e sua contribuição já estão indelevelmente marcadas na história. Seus detratores, contudo, não conseguem esconder a estatura nanica que possuem e, assim como os algozes de Mandela, serão desmascarados como anões morais e atirados na lata de lixo da história.
Ramatis Jacino,
Professor da rede pública estadual de São Paulo
Mestre e doutor em História Econômica pela USP
Presidente do INSPIR –
Instituto Sindical Interamericano pela Igualdade Racial
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