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OBSERVATÓRIO - A VOZ ROUCA DAS RUAS E A LIÇÃO DO UFC - POR MARCOS BENEDITO


 
O gigante acordou. O povo resolveu tomar as ruas, sem partidos políticos, sem sindicatos, nem ONGs, sem o envolvimento das centrais sindicais. Foram milhões de pessoas em várias manifestações pelo Brasil afora, motivadas inicialmente pelo mote da redução da tarifa dos ônibus em 0,20 centavos.

A primeira reação do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin foi de total surpresa, sentimento compartilhado até mesmo pelo prefeito Haddad do Partido dos Trabalhadores.
A imprensa demonstrava não estar entendendo a lógica dos acontecimentos.

Os analistas políticos e econômicos esforçam-se atabalhoadamente para entender os fatos.
As autoridades cedem na redução do reajuste, as manifestações não param, a violência policial acirra ainda mais os ânimos.
Após o impacto negativo na imprensa, a violência policial diminui.

O centro financeiro do país, a Avenida Paulista, vira palco permanente para a multidão.
O mesmo acontece no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Salvador e outras capitais.
 
Ocorrem várias manifestações em Brasília, inclusive com a tentativa de invasão no Palácio dos Bandeirantes.
O Governo Federal cede, propondo a realização de um plebiscito nacional.
O diálogo entre a presidenta Dilma e as lideranças da sociedade civil é intensificado.
A redução das tarifas é concretizada em praticamente todo território nacional.
Na imprensa internacional, o destaque é que o brasileiro acordou.

            O UFC e os Últimos Acontecimentos na Política Brasileira

Ultimate Figther Combat, o UFC é uma modalidade esportiva introduzida recentemente nos lares brasileiros.

Desde a década de 80, os lutadores brasileiros se destacam nos campeonatos de Vale-Tudo realizados pelo mundo e, principalmente no Japão.
A família Gracie, nos primórdios eram os monopolizadores de todos os campeonatos realizados nos diversos países.
 
Com o passar dos anos foram surgindo diversos campeões como Victor Belfort, os irmãos Minotauro e Minotouro, Cigano entre outros.

Anderson Silva é considerado um fenômeno do UFC, comparado muitas vezes ao maior lutador de boxe de todos os tempos Muhammadi Ali, o Classius Clay.

Na noite do dia 06 de Julho, ainda sob o calor das manifestações de rua acontecidas na semana anterior, o Brasil vive a expectativa de mais uma luta do campeão.
 
Desta vez, o adversário é um lutador tido como “páreo fácil” para o fenômeno brasileiro.
Chris Weldman, americano, não teria nenhuma chance contra Anderson, “The Spider”.
 
No segundo assalto, depois de ter se recuperado de uma queda no primeiro, Anderson Silva, desconsiderando os riscos, decide continuar brincando com o adversário, com fintas desconcertantes, humilhando e desrespeitando Weldman,

Quando ninguém esperava, o lutador americano desfecha um golpe fulminante, no até então, imbatível lutador brasileiro, que cai derrotado.
 

A LIÇÃO DO UFC
 

A presidenta Dilma, sucessora do exitoso Governo Lula, não pode menosprezar a força das ruas.
Assim como Anderson Silva no UFC, o Brasil acumula diversas vitórias no campo social, financeiro e político.
São 10 anos de um sucesso absoluto nas ações afirmativas, na recuperação da economia brasileira, na derrota da inflação e no pagamento da dívida externa.
Milhões de brasileiros saíram da linha da miséria.
A derrota no UFC de um dos maiores ídolos do esporte brasileiro deve servir como um aprendizado.
A voz rouca das ruas, em parte manipulada pela mídia e pelos setores reacionários da sociedade brasileira, deve ser ouvida, mesmo que em muitos casos, estejam contaminadas com o uivo insistente dos recalcados, que ainda não aceitaram o fato de já terem o seu projeto recusado democraticamente nas urnas, pela grande maioria do povo brasileiro.
Um campeão deve ter a grandeza de respeitar os seus adversários.
 

Um governo democrático e participativo não pode ignorar as demandas apresentadas por parcela significativa da população que saíram as ruas, considerando no entanto, que milhões de brasileiros aprovam as manifestações populares, mais discordam totalmente da violência gratuita da policia e também dos oportunistas infiltrados, que seguramente, jamais conseguiriam reunir quantidade semelhante de pessoas, para extravasarem o seu recalque.

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