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OBSERVATÓRIO - SER OU NÃO SER - Assessoria de imprensa ou de comunicação? - Por Andreza Galiego

Assessoria de imprensa e assessoria de comunicação (Ascom) são dois termos parecidos que definem atividades distintas, mas costumam causar confusão tanto em leigos quanto em iniciantes na área. Genericamente, qualquer assessor atua administrando a informação entre a empresa/cliente/produto e o seu público. O que distingue as duas atuações, teoricamente, é mais que uma linha tênue, porém, na prática, essa diferença pode mesmo nem existir. Em todo caso, tanto uma assessoria quanto a outra desempenham mais do que o simples papel de cuidar da “imagem” do produto ou cliente.

A assessoria de imprensa é composta somente por jornalistas que têm a função de lidar diretamente com repórteres, além de conhecer as atividades, projetos, propostas e ideais da instituição ou cliente para, assim, elaborar releases e sugerir pautas noticiáveis para a mídia. Deve ainda divulgar eventos, montar clippings, dar orientações sobre como executivos e colaboradores devem se relacionar com a mídia e possuir mailing atualizado. Mas seu principal papel é a divulgação.
Enquanto a Ascom é constituída por, pelo menos, um profissional de cada área da comunicação, ou seja, jornalista, publicitário, relações públicas e marqueteiro. Por ser mais completa, já se subentende que o trabalho exercido também seja mais aprofundado. Esses profissionais precisam conhecer detalhadamente o produto ou cliente que assessoram e, além das funções da assessoria de imprensa, devem ainda saber quais são os pontos negativos da instituição e tentar apresentar meios para solucioná-los e também criar um ambiente harmônico entre colaboradores, proprietários e executivos.
Quando o jornalista desempenha o papel de outros
Os assessores de comunicação precisam ainda ter conhecimento sobre as ações do setor de Recursos Humanos; ter contato direto e constante com todos os veículos midiáticos nos locais que mais têm retorno para a empresa; saber direcionar as informações para os diversos públicos que abrange na comunicação interna e externa e ainda desenvolver campanhas e propagandas para veiculação midiática, respeitando os critérios de cada meio.
Entretanto, não é raro as assessorias de imprensa exercerem o papel da assessoria de comunicação. Com a exigência do mercado de que os profissionais sejam cada vez mais multifacetados, tornou-se corriqueiro ver jornalistas cumprindo (e muito bem) o papel de todos os outros comunicadores em órgãos públicos ou instituições privadas. Desde que os jornalistas contratados estejam cientes e de acordo, não há nada de errado que isso aconteça. Se forem capazes de desempenhar eficazmente o papel de outros profissionais, sendo devidamente remunerados para isso, não há o que questionar.
Todavia, o problema surge quando o jornalista faz mais do que deveria sem receber corretamente por isso e, muitas vezes, nem se dá conta dessa injustiça. Se essa diferença não estiver clara para o profissional, ele sai prejudicado e ainda acostuma mal o mercado de trabalho, pois a organização sempre vai preferir pagar menos, mesmo que o serviço prestado seja de qualidade. Enfim, todo jornalista tem de estar ciente das diferenças entre uma assessoria de imprensa e uma de comunicação.
 
Andreza Galiego é jornalista, Andradina, SP

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