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OBSERVATÓRIO - Antes criticado, "ativismo do sofá" pode ter mesma eficácia que movimentos de rua, diz analista - Érica Saboya, do R7

Mobilizações virtuais reuniram mais de 2 milhões de assinaturas contra Renan Calheiros e Feliciano

Érica Saboya, do R7
 
Luis Macedo/12.03.2013/Câmara dos Deputados
A internet se tornou um espaço cada vez mais utilizado para mobilização pelas mais diferentes reivindicações da sociedade. Os dois fatos políticos mais polêmicos do ano — as eleições de Renan Calheiros (PMDB-AL) para a presidência do Senado e de Marco Feliciano (PSC-SP) para chefiar a CDHM (Comissão de Direitos Humanos e Minorias) da Câmara — ganharam repercussão nas ruas e mobilizaram milhões de internautas, o chamado “ativismo de sofá”.
Um abaixo-assinado virtual pelo impeachment do senador reuniu mais de 1,6 milhão de assinaturas e quase 500 mil aprovaram uma única petição pela saída de Feliciano da CDHM. Além disso, as redes sociais são inundadas diariamente por manifestações a favor ou contra o deputado.
A mobilização social via internet já foi criticada pelo pequeno esforço que exige dos manifestantes. Mas, para o cientista político Humberto Dantas, a atitude pode ter o mesmo impacto que o agito de bandeiras nas passeatas pelas ruas.
— O que existe é uma nova forma das manifestações acontecerem, cada vez mais pautadas por instrumentos digitais. Eu não acho que seja menos relevante que os movimentos de rua. O maior movimento de rua que o Brasil conseguiu, que foram as Diretas Já, não conseguiu o êxito desejado naquele instante. Será que é tão mais importante ir pra rua?
Para Daniela Tanaka, diretora de campanha da change.org no Brasil, uma das maiores organizações que promovem abaixo-assinados virtuais, o recurso “é o primeiro passo para o engajamento político”. Apesar do sucesso dos protestos virtuais, ela descarta o fim dos movimentos de rua por causa do ativismo de rede.
— O protesto pela internet é o primeiro degrau de uma participação política, é uma apresentação para o ativismo. Eu nunca vi pessoas que fossem ativistas e deixassem de participar [de manifestações] para ficar em casa na frente do computador. O que acontece é o contrário.

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