OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA DE ARAÇATUBA - Gilmar Mendes não confirma acusações contra Lula, e MPF pede fim de investigação
Gilmar Mendes não confirma acusações contra Lula, e MPF pede fim de investigação
Ministro do STF não ratificou, quando convocado, a versão da revista Veja para uma reunião em Brasília na qual o ex-presidente teria solicitado ajuda para postergar julgamento do mensalão
Publicado em 27/09/2012
Gilmar Mendes, que havia deixado no ar o tom da conversa com Lula, não respondeu quando chamado a depor (Foto: Nelson Jr. STF)
São Paulo – O Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF-DF) recomendou dar fim a mais uma apuração requisitada pela oposição ao governo federal com base em reportagem da revista Veja. Desta vez, os procuradores não encontraram fundamento em texto no qual a publicação do Grupo Abril acusava o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de solicitar ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes o adiamento do julgamento da Ação Penal 470, o mensalão.
Chamado a apresentar informações sobre a versão da revista, Mendes não sustentou a história de Lula fez um pedido neste sentido quando os dois se encontraram no escritório em Brasília de Nelson Jobim, ex-ministro do STF e da Defesa, em maio. Segundo nota divulgada pelo MPF, foram apresentados dois pedidos oficiais ao magistrado. “Ambos os documentos estão sem resposta até a presente data”, diz o comunicado, que acrescenta: “Nas declarações dadas pelo ministro, o Ministério Público não detectou um pedido específico de Lula no sentido de ver adiado o julgamento do mensalão.”
O pedido de investigação foi apresentado por representantes da oposição no Congresso: os senadores Álvaro Dias (PSDB-PR), Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), José Agripino Maia (DEM-RN) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e os deputados Rubens Bueno (PPS-PR) e Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP). Eles queriam que o ex-presidente sofresse processo por coação, tráfico de influência e corrupção ativa.
O Ministério Público esclarece que Jobim voltou a desmentir em depoimento a versão da revista ao assegurar que “em nenhum momento o ex-presidente solicitou ou sugeriu ao ministro Gilmar que atuasse no sentido de obter o adiamento do julgamento do mensalão” e que “o ex-presidente apenas ouviu a conversa sobre o início do julgamento do mensalão, não tendo dela participado”.
Já no fim de semana de divulgação da reportagem Jobim veio a público dizer que não houve um diálogo como o divulgado por Veja. Segundo a revista, Lula sugeriu o adiamento do início do julgamento no STF em troca proteção a Mendes na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, que poderia trazer à tona relações do ministro do Supremo com a quadrilha de exploração de jogos de azar.
Em comunicado emitido à época pelo Instituto Lula, o ex-presidente manifestou “indignação” com a reportagem de Veja. “Luiz Inácio Lula da Silva jamais interferiu ou tentou interferir nas decisões do Supremo ou da Procuradoria Geral da República em relação à ação penal do chamado mensalão, ou a qualquer outro assunto da alçada do Judiciário ou do Ministério Público, nos oito anos em que foi presidente da República”, indicava o comunicado.
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