OSLO, 23 Abr (Reuters) - O homem que matou 77 pessoas na Noruega para protestar contra a imigração muçulmana para a Europa disse nesta segunda-feira acreditar que poderia dizer a ideologia de suas potenciais vítimas ao olhar para elas e que tentou poupar um que parecia "de direita".
"Certas pessoas parecem mais esquerdistas do que outras", disse Anders Behring Breivik no sexto dia de julgamento que tem paralisado a Noruega, explicando como ele escolheu "marxistas" com seu fuzil e pistola e passou por um jovem que pensou ser conservador.
"Esta pessoa ... parecia de direita, era a sua aparência. Essa é a razão pela qual eu não disparei nenhum tiro contra ele", disse Breivik, cuja sanidade, ou a falta dela, é uma questão primordial a ser determinada no julgamento.
Breivik deu um relato detalhado sobre seu ataque com carro-bomba na sede do governo em Oslo, que matou oito pessoas, seguido pelo tiroteio em um acampamento do Partido Trabalhista em uma ilha, onde matou 69, em sua maioria adolescentes, tudo no intervalo de algumas horas no dia 22 de julho.
A maioria dos noruegueses reage com horror contido ao conteúdo do depoimento de Breivik, feito de forma fria e pragmática, embora haja ampla aceitação pública do seu direito como réu de prestar depoimento.
Breivik negou culpa criminal, insistindo que suas vítimas eram "traidores", cuja visão multiculturalista facilitava o que ele enxerga como uma invasão muçulmana na Europa.
Nesta segunda-feira, porém, Breivik emitiu o que parecia seu primeiro pedido de desculpas para pedestres que foram feridos ou mortos por causa da bomba, fabricada com 950 quilos de fertilizantes, que explodiu em Oslo. Mais de 200 ficaram feridos.
"Para todos estes ... Eu quero dizer que estou profundamente arrependido pelo que aconteceu ", disse ele. "Mas o que aconteceu, aconteceu."
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