A “reportagem” de ontem do Jornal Nacional e manchete em vários jornais, curiosamente, já tinha sido matéria publicada há um ano.
Aliás, pela Veja.
Inclusive, com a transcrição literal do áudio levado ao ar pelo JN, onde o empresário Fernando Cavendish fala, jocosamente, sobre a corrupção dos políticos – aliás, grande novidade… – pelas empreiteiras.
O Jornal Nacional usa, porém, como fonte o blog do jornalista Mino Pedrosa, ex-assessor de Carlinhos Cachoeira.
Pedrosa foi acusado, na CPI da Assembleia do Rio de Janeiro (veja o documento, página 238) sobre o caso Waldomiro Diniz, de praticar extorsão contra o ex-diretor de loterias, em nome de Carlinhos Cachoeira.
Mais um fato: a fita é descrita como tendo sido gravada em uma reunião com diretores da empresa.
Portanto, não faz parte dos grampos telefônicos legais produzidos na Operação Monte Carlo.
Quem e com que fim se fez esta gravação, então?
A narrativa sobre as cisrcusntâncias da gravação sugere que possa ter sido Carlos Pacheco, o homem de Cachoeira nas gravações da PF.
Para que, para chantagear o empresário, como parece evidente? Quais são os crimes que ele tem escondidos?
Cavendish, certamente, é um que tem muitas explicações a dar na CPI, mas não as dará se persistirem os movimentos para criar empecilhos à instalação da investigação.
Porque foi esta a finalidade de se buscar água velha em fontes tão contaminadas.
A Globo não é de achar algo num blog e levar para o JN.
O objetivo, claro, foi o de dizer: devagar com a CPI.
Usando, como se diz no jargão jornalístico, um “gancho” para envolver o ex-ministro José Dirceu na história.
Porque Dirceu, assumiu de público, há um ano atrás, que prestou consultoria para a Delta, mum trabalho de quatro meses, pelo qual foram cobrados R$ 20 mil.
Era preciso, fosse lá como fosse, empurrar Dirceu – e portanto a Lula – para este escândalo novo.
Era, esta água servida, a forma de colocar José Dirceu no palanque eletrônico da Globo, e desviar as atenções para o período Lula.
É isso o que se busca.
Esta é uma história exibida com sinais contrários.
Denunciam-se pressões sobre o STF para pressionar o STF.
Fala-se em corrupção para encobrir corruptos.
Diz-se que a esquerda tem medo da CPI para ocultar o medo de que se exponha à luz os esquemas espúrios pelos quais a direita fabrica escândalos.
A resposta a isso só pode ser uma: abra-se tudo, investigue-se tudo, sem seletividade ou dirigismo.
A resposta a isso só pode ser uma: abra-se tudo, investigue-se tudo, sem seletividade ou dirigismo.
Quem estiver devendo, que pague, seja oposição, empresário ou governista.
Mas não vamos deixar que nos vendam peixe velho como novo.
Até porque fede.
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