O afastamento dos apresentadores da TV Brasil Central (GO) - Enviado por luisnassif, dom, 25/03/2012
Por José Carlos Lima
A liberdade de imprensa em GO: a TV Brasil Central é uma TV Pública do governo Marconi Perillo (PSDB-GO). Vejam só o que aconteceu por lá:
De O Popular
Arquivo pessoal
Por Fabiana Pucinelli, em seu blog, via O Popular
Os dois apresentadores do Jornal Brasil Central (JBC) 1ª Edição, da TV Brasil Central (TBC), Michele Bouson e Marcelo Adriani (foto), foram afastados da função depois de fazer perguntas sobre educação à ex-secretária e ex-deputada federal Raquel Teixeira.
A entrevista, ao vivo, ocorreu na quinta-feira da semana passada e tinha como tema o Dia Internacional da Mulher. A emissora, mantida pelo governo estadual, decidiu levar mulheres de destaque em Goiás para entrevistas ao longo do mês de março.
Raquel aceitou o convite, mas para falar especificamente da data, sem incluir questões sobre a greve dos professores.
A diretora de Teleradiodifusão da Agência Goiana de Comunicação (Agecom), Abadia Lima, garantiu que só se falaria sobre o Dia da Mulher. Deu ordem aos jornalistas para não entrarem no assunto e acompanhou a entrevista no estúdio para inibir qualquer tentativa.
Marcelo acabou falando do tema, sem no entanto citar a greve. Perguntou por que o País tem dificuldades de valorizar a Educação. Daí vieram outras duas questões sobre o setor. Raquel respondeu também sem tocar diretamente na paralisação, que já se arrasta há 46 dias.
No dia seguinte, os dois apresentadores foram chamados por Abadia e informados de que estavam fora da função. Segundo relatos de colegas, a diretora reclamou da "desobediência" e lembrou que ambos, concursados, estão em período de estágio probatório. Segundo ela, os apresentadores trataram "subliminarmente" da greve.
O afastamento provocou manifestações de colegas, que acionaram o Sindicato dos Jornalistas de Goiás e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). O sindicato enviou ontem ofício à Agecom solicitando explicações sobre a decisão.
O presidente do sindicato, Cláudio Curado Neto, disse esperar uma resposta até segunda-feira, quando a partir de então deve divulgar nota de repúdio. "Pelos relatos de um dos apresentadores, foi uma ação totalmente condenável." Ele afirma que quer conversar pessoalmente com Abadia e sugerir que ela determine a volta dos dois apresentadores.
Procurada pelo blog às 16h30, Abadia disse que estava em reunião e que mais tarde daria retorno. Até às 20 horas, não havia ligado de volta.
O presidente da Agecom, José Luiz Bittencourt, disse que o afastamento foi "ato de rotina" porque os dois desobedeceram orientação da direção. Segundo ele, as perguntas constrangeram Raquel, que não queria falar sobre o assunto. " É uma questão de ética. Havia um compromisso com a entrevistada e eles foram orientados antes. Nem precisavam ser, já que a pauta era o Dia da Mulher", disse, para completar: "Em qualquer televisão do mundo aconteceria o mesmo".
José Luiz diz que não existe determinação para que não haja cobertura da greve na TBC. "Não há nenhum ato de censura, nada disso. Tanto que já falamos da greve, como falamos de problemas na saúde, de mortes. Por que haveria razão para impedir se falar em greve?". Segundo ele, a cobertura do governo estadual na TBC é "jornalística, não propagandista".
O blog procurou também Raquel, que esteve hoje em compromissos em São Paulo e não foi encontrada
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