Escrever um blog é um risco. Escrever um blog político, maior ainda. E quando se escreve um blog, um blog político, e um blog político de enfrentamento político com a grande mídia, então nem mesmo um risco é.
É uma temeridade.
Porque , além do duro ofício, trabalhamos sós, sem revisor, acossados pela pressão de postar, postar e postar. Sem alguém que nos leia, antes, e diga: olha, aqui você se passou… Ou, até, como fez hoje comigo um leitor, apontar-nos que as letras se embaralharam.
Não é raro que aconteça, porque escrevemos com algo de furor, que é o trabalho da alma, porque aqui se escreve com indignação contra os absurdos e com paixão pelas esperanças.
Nada disso, porém, nos serve de desculpa ou privilégio. É da essência da democracia sermos livres e iguais, nos direitos e nos deveres.
Paulo Henrique Amorim, em seu Conversa Afiada, já prestou inúmeros serviços à boa informação. E prestou outros, muitos mais ainda, às verdades políticas e ao combate ao uso não apenas político, mas partidário e eleitoral da imprensa e dos canais, que são concedidos, de televisão.
Uma vez foi infeliz, usou expressões que não deveria ter usado e errou a mão. Qualquer um de nós está sujeito a isso e, quando se faz isso publicamente, é dever fazer o que ele fez: retratar-se, em acordo, compensando quem foi ofendido, sem a necessidade de uma sentença judicial.
Não é preciso “dourar a pílula”. E ele expressou-se de forma que, independente da intenção, é um erro.
Mas, convém lembrar: mesmo de forma desafortunada, PHA não atingiu propriamente gente indefesa. Não se pode dizer que sejam assim um profissional da Globo e um ex-presidente do STF. Isso não elide a necessidade de retratação, mas retira do ato a covardia que há quando se descura dos direitos e da humanidade das pessoas pobres, dos indefesos e, também, dos contestadores do poder.
Coisa que a nossa grande mídia faz todo dia, toda hora, todo minuto.
É bom lembrar que Leonel Brizola foi chamado de “senil” em editorial de O Globo, veiculado no Jornal Nacional a mando de Roberto Marinho e se passaram diversos anos e instâncias para que lhe fosse concedido não o direito à reparação, mas à simples resposta.
Desde cedo, PHA mantem em seu site os termos da retratação, alcançada por acordo. De novo, é o que deve fazer.
A grande mídia e seus portais apressaram-se a divulgar a “condenação”, que é como chamam a retratação e o acordo alcançados.
Muito bem, é informação, embora perceba-se como é “saboreada”.
Mas é curioso quando a gente observa como este furor noticioso lhes falta quando se trata de fatos que atingem gente de sua especial predileção.
E o retumbante silêncio silêncio que cercou, por exemplo, o livro – e os fato e documentos nele contidos – “A privataria tucana”.
Que não se justifica, mas se explica.
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