Como qualquer outra instituição, a imprensa está sujeita a falhas, pois é empreendida, gerenciada e operacionalizada por seres humanos. O raciocínio é básico, quando se fala em falha técnica ou até mesmo de avaliações pontuais equivocadas. O que não se pode admitir, do ponto de vista da cidadania, são os grosseiros erros deliberados de quem se diz paladino da ética e da democracia. O Observatório convida os internautas a refletir sobre um recente debate envolvendo um jornal local de Araçatuba e o blog Mídia Mundo (abaixo). Após comentário de Eduardo Tessler, o editor-chefe do jornal se dá ao trabalho de entrar em contato com o blog para atacar outro veículo de comunicação (de outra cidade), e não responder à crítica sobre o jornal no qual trabalha. Seria uma tentativa de desviar o foco dos comentários precisos do Mídia Mundo? O resultado é que o editor-chefe recebeu resposta e não se pronunciou mais. O fato é que os veículos hoje não podem olhar apenas para o próprio umbigo. A sociedade está olho.
Divulgação do site Mídia Mundo - sábado, 17 de dezembro de 2011
O confete é maior do que o fato
A Folha da Região (Araçatuba, SP) destaca hoje, com enorme espaço na capa, o lançamento da biografia de Genilson Senche, ex-propritário do jornal.
Nada contra o personagem, afilhado político de Paulo Maluf e candidato derrotado à prefeitura de Araçatuba por mais de uma vez, ou contra o livro.
Mas o jornalismo contemporâneo não permite mais que se utilize espaço nos veículos de comunicação em causa própria.
Ao destacar a obra na capa, a Folha da Região sonega informações relevantes da cidade e joga confete onde não devia.
Legislar em causa própria é um erro inaceitável, com inevitáveis consequências.
3 comentários:
- Milton RodriguesDec 17, 2011 08:53 AM
Contribuição para o Mídia Mundo:
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Nada contra o Timão na manchete, embora a mesma notícia estivesse em todos os jornais, inclusive nos especialziados em esportes. A questão é que o vestibular estava bombando no mesmo dia em Rio Preto. Pior: carros oficiais de prefeituras foram flagrados pela reportagem do Bom Dia, transportando indevidamente os apadrinhados de outras cidades. Além de não estar na capa, o grande flagrante jornalístico do dia foi escondido na página interna. Jogou o belo flagrante do repórter fotográfico no lixo (sabe-se lá por quais interesses). Vale a pena dar uma olhada neste link. na capa e nas páginas 2 e 3:
http://www2.redebomdia.com.br/flip/rio_preto/2011/11/14/ index.html
PS.: o mesmo Bom Dia manchetou o Rei Roberto Carlos em outubro mais de duas semanas antes do show. Vai ver nada de mais importante tinha acontecido na cidade para ser destaque naquela edição. Mais provinciano, impossível.
Mais - quando começou o horário de verão, o jornal deu manchete com uma semana de atraso, trazendo "dicas" de como o leitor poderia fazer com seu relógio biológico.
Mais uma - há poucos dias, a manchete do cachorrinho Titã enterrado vivo pelo dono era: "Duelo de Titã". Claro que não se tratou de um duelo. Incrível o que está acontecendo com o jornalismo brasileiro: no comentário anterior o editor-chefe da Folha da Região (Milton Rodrigues) faz uma análise de outro veículo (de outra cidade), mas não gasta uma palavra sequer para explicar como aceita publicar na capa do seu jornal um livro de nenhum interesse literário ou jornalístico, apenas por se tratar do ex-presidente da empresa.
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Há uma obsessão deste profissional por encontrar problemas no jornal BOM DIA Rio Preto.
Por que será?
Talvez por saber que o BOM DIA Rio Preto praticamente dobrou sua circulação em 2011. E isso não é comum no jornalismo brasileiro.
Se o missivista editor tivesse a mesma atenção que tem com o BOM DIA Rio Preto para a melhoria do jornal que paga seu salário, talvez o post de hoje fosse desnecessário.- Anderson Augusto SoaresDec 30, 2011 09:49 PM
O nome disso, meu caro Tessler, se chama falta de profissionalismo, falta de argumento. Sou de Araçatuba e conheço bem o modus operandi do jornal. Hoje, por exemplo, a Falha da Região (apelido carinhoso) publicou um caderno especial com a "Retrospectiva 2011".
Araçatuba teve três grandes notícias no ano que foram inexplicavelmente omitidas pela edição: a construção de uma nova Avenida na cidade (há anos que Araçatuba não tinha uma notícia dessa), a classificação da cidade no prêmio "Municípios que Fazem Render Mais", da Fundação Getúlio Vargas e Fiesp (Araçatuba está entre os finalistas do prêmio!) e, pasme, a classificação no ranking do Caged (o município atingiu sua melhor marca da história. Alcançou a 30ª posição entre as cidades do país que mais geraram empregos formais, em abril. No mesmo período do ano passado, a cidade ocupava a 151ª colocação.)
Esses fatos não sáo relevantes para uma cidade? E o jornal que cobre esse município não deveria destacar isso? Mas sabe o que você vai encontrar entre os assuntos importantes do ano, segundo a Falha da Região: a nova configuração de seus próprios cadernos de editorias, casamento de celebridade, troca de coordenador do Conselho Tutelar, localização de galos de briga, livro sobre o ex-dono do jornal...
É que você analisa a capa, se visse o recheio ficaria ainda mais horrorizado.
Tessler, quero te parabenizar pelas análises e por aceitar as críticas, por aceitar publicar comentários de quem (ao que parece) discorda de vc, como é o caso do editor Milton Rodrigues.
Aliás, o Milton, deveria aprender com você o que é espírito democrático, pois ele censura meus comentários no portal da Falha da Região. Deve ser porque não tem capacidade para contra-argumentar, como demonstrou por aqui.
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