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Nova tendência socialista nasce para disputar comando do PT

A nova tendência interna da esquerda do PT, gestada desde a véspera do último congresso do partido, nasce formalmente para a burocracia petista nos dias 2, 3 e 4 de dezembro, quando militantes de 20 estados farão seu congresso de fundação na Escola Florestan Fernandes, em São Paulo.


Por Ernesto Marques*

A nova corrente é formada por militantes da Tendência Marxista (TM), signatários do texto intitulado “Inaugurar um Novo Período no PT”, grupos regionais e diversas lideranças dos movimentos sociais. O local do congresso não foi escolhido por acaso: é a escola nacional de formação do MST. É uma das formas encontradas pelo grupo para dizer a que veio: fazer o enfrentamento ao sistema capitalista junto com os diversos segmentos da população brasileira e disputar os rumos do PT para fazer o partido retomar a sua vocação de ligação estreita com os movimentos sociais.

No texto de lançamento do congresso fica bem nítida a linha ideológica desta nova tendência, que pretende atrair para seus quadros, militantes das mais diversas frentes – jovens, LGBT’s, negros e negras, mulheres, sem terras, sindicalistas, sem teto.

Para o secretário de Cultura do governo do Ceará, Francisco Pinheiro, essa junção forma uma tendência com forte embasamento teórico e amplas relações com movimentos populares.

Já o deputado federal Valmir Assunção (BA), militante do MST, acredita que a nova tendência socialista do PT dá novo ânimo ao partido para enfrentar os desafios que a esquerda brasileira tem pela frente. “Fazer o nosso congresso de fundação na escola nacional de formação Florestan Fernandes do MST é um símbolo do que pretendemos construir: uma corrente, socialista, de massas, com amplos vínculos com os movimentos populares”, explica Valmir.

O crescimento econômico do Brasil e o reflexo nas condições de trabalho de brasileiras e brasileiros é um dos temas que a nova tendência pretende levar a discussão. O membro da Executiva da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Shakespeare Martins de Jesus, frisa que “não se pode falar em desenvolvimento, se esse isso não estiver diretamente ligado a melhoria da qualidade de vida e das condições de trabalho dos brasileiros e brasileiras.

Esse papel do PT como organizador de setores populares, como instrumento de pressão de trabalhadores e trabalhadoras sobre nossos governos, de combate as opressões, de organização juvenil é destacado pela integrante do Diretório Nacional do Partido Renata Rossi: “somente uma organização com capacidade de dialogar com amplos setores populares terá força para imprimir uma grande disputa de projeto no partido e na sociedade”.

Larissa Campos, da direção Nacional de Juventude, destaca que a aprovação da paridade em todas as instâncias e delegações do PT no último congresso foi uma vitória fundamental das mulheres do partido. “Apresentamos e fomos firmes na defesa dessa resolução, a aprovação dela muda radicalmente a forma como o Brasil enxerga o PT e como o próprio PT se reconhece enquanto organização de esquerda”.

O congresso acontecerá nos dias 2, 3 e 4 de dezembro na escola nacional de formação do MST em Guararema no estado de São Paulo. O ato de abertura, às 19h30, será na sede nacional do PT em SP.

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