A direção da TV Cultura que é escolhida pelo governo estadual, acaba de investir mais uma vez contra o Programa “Manos e Minas”.
Sabemos que este programa, pelas suas características, está caminhando para se consolidar como uma espécie de guardião dos valores culturais e patrimoniais da periferia, pelo fato de massificar a linguagem e os costumes dos jovens afrodescendentes brasileiros que em sua grande maioria valorizam e preservam a sua identidade através da cultura Hip – Hop, do samba de raiz e do samba rock.
“Manos e Minas”, até este momento, representava a resistência negra no meio da proliferação da cultura inútil e do desrespeito a dignidade humana predominante na televisão brasileira.
Neste sábado, ao nos depararmos com a banda NX Zero sendo apresentada no palco do “Manos e Minas”, foi como recebêssemos um bofetão cultural desfechado por um Tucano Irado respaldado pela intolerância de um “Demo” Revoltado, com os últimos resultados das urnas eleitorais.
Ver o NX Zero invadindo o palco que já foi usado por EMICIDA, Dexter, RZO e outros ícones da juventude negra brasileira, foi como assistir a uma pornochanchada no horário nobre.
Existem pouquíssimos espaços para a divulgação da cultura negra na televisão brasileira, ao contrário de outros estilos musicais, que ocupam um espaço cada vez mais privilegiado em todas as emissoras de rádio e de televisão.
Muito provavelmente virão com a desculpa esfarrapada de que os índices de audiência não justificam um programa segmentado, havendo a necessidade de tornar o “Manos e Minas” um programa mais Rock and Roll.
A verdade é que se todas as tentativas desenvolvidas de miscigenar a população negra durante o último século fracassaram. Talvez seja o pensamento da elite branca que continua monopolizando os meios de comunicação, “clarear” a programação da televisão e quem sabe com um “Manos e Minas and Roll” esta juventude negra, que hoje está cada vez mais participativa, atuante e consciente de seus direitos, volte a esperar deitada em berço esplêndido pela generosidade da elite dominante branca que pensa que pode nos impor, de maneira truculenta e totalitária os seus modelos políticos e culturais.
A sociedade brasileira já escolheu o seu modelo através do voto democrático. Os jovens afrodescendentes que representam a parcela da população mais vitimada pela violência nas ruas saberão responder adequadamente a mais esta forma de agressão cultural institucionalizada.
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