O cartel da mídia entra de novo em ação Aproveitam-se do monopólio e querem cobrar por conteúdo na web
Publicado em 30-Ago-2011
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Reunidos ontem e hoje em São Paulo, em mais um congresso da Associação Nacional de Jornais (ANJ), executivos representantes dos barões da mídia acionaram o cartel particular que montam nessas ocasiões e saíram em defesa da cobrança pelo acesso à informação nos seus portais na Internet. O encontro, ontem, contou com a participação de diretores dos grupos editoriais que controlam os jornais O Globo, Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo e Lance!.
Foram unânimes na defesa de uma mesma posição: julgam ser necessário, o quanto antes, pensar a maneira de fazer essa cobrança no curto prazo e decidir se é o caso de seguir o exemplo de jornais norte-americanos como o The New York Times, que já cobram pelo acesso a seus conteúdos na Internet.
Eles já fecharam uma posição consensual quanto a pelo menos cinco pontos da questão: querem que os veículos parem de oferecer conteúdo grátis na web; entendem que não há outra alternativa a isto; julgam que a publicidade pela qual cobram não é mais suficiente para sustentar economicamente os veículos de comunicação; queixam-se de que a do governo, antes concentrada, está hoje muito pulverizada em todo o país; e consideram que as análises de colunistas (políticos, econômicos e especializados em geral) são o 1º tipo de conteúdo que poderia ser cobrado.
Esse grupo de jornalões é puro cartel!
Têm razão num ponto. Até o início do governo Lula, em 2003, a publicidade oficial era realmente muito concentrada, com o grosso das verbas distribuídas a meio dúzia de barões que detém a propriedade de meia dúzia de grandes jornais, revistas e redes de TVs e rádio. A partir dali, o governo optou por uma política de democratização das verbas de publidade e propaganda, distribuindo-as por grandes, médios e pequenos veículos de todo o país.
Quando o presidente Lula deixou o governo no início desse ano estas verbas já contemplavam centenas de veículos em todo o país. O que, aliás, levava a uma crítica de um dos jornalões ontem a presidenta Dilma Rousseff - que manteve essa política - acusando-a de agora priorizar emissoras de rádio de todo o país "na divulgação de uma agenda positiva".
Como vocês vêem, ainda que de pires na mão, enfrentando crises, perdendo assinantes e leitores diariamente, nossa mídia não toma jeito, nem aprende. Esse grupo de jornalões é puro cartel. Agora estão reunidos em São Paulo para ver como cobrar algo que devia ser gratuito. O que querem mesmo é o de sempre: evitar a concorrência.
Por isso, reúnem-se, agora à luz do dia, para combinar como aumentar seu faturamento sem perder leitores e sem concorrência, pode? Onde estão o PROCON, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e a Secretaria de Defesa Econômica (SDE) que não veem isso e não saem a campo em defesa da livre concorrência e dos consumidores?
Foram unânimes na defesa de uma mesma posição: julgam ser necessário, o quanto antes, pensar a maneira de fazer essa cobrança no curto prazo e decidir se é o caso de seguir o exemplo de jornais norte-americanos como o The New York Times, que já cobram pelo acesso a seus conteúdos na Internet.
Eles já fecharam uma posição consensual quanto a pelo menos cinco pontos da questão: querem que os veículos parem de oferecer conteúdo grátis na web; entendem que não há outra alternativa a isto; julgam que a publicidade pela qual cobram não é mais suficiente para sustentar economicamente os veículos de comunicação; queixam-se de que a do governo, antes concentrada, está hoje muito pulverizada em todo o país; e consideram que as análises de colunistas (políticos, econômicos e especializados em geral) são o 1º tipo de conteúdo que poderia ser cobrado.
Esse grupo de jornalões é puro cartel!
Têm razão num ponto. Até o início do governo Lula, em 2003, a publicidade oficial era realmente muito concentrada, com o grosso das verbas distribuídas a meio dúzia de barões que detém a propriedade de meia dúzia de grandes jornais, revistas e redes de TVs e rádio. A partir dali, o governo optou por uma política de democratização das verbas de publidade e propaganda, distribuindo-as por grandes, médios e pequenos veículos de todo o país.
Quando o presidente Lula deixou o governo no início desse ano estas verbas já contemplavam centenas de veículos em todo o país. O que, aliás, levava a uma crítica de um dos jornalões ontem a presidenta Dilma Rousseff - que manteve essa política - acusando-a de agora priorizar emissoras de rádio de todo o país "na divulgação de uma agenda positiva".
Como vocês vêem, ainda que de pires na mão, enfrentando crises, perdendo assinantes e leitores diariamente, nossa mídia não toma jeito, nem aprende. Esse grupo de jornalões é puro cartel. Agora estão reunidos em São Paulo para ver como cobrar algo que devia ser gratuito. O que querem mesmo é o de sempre: evitar a concorrência.
Por isso, reúnem-se, agora à luz do dia, para combinar como aumentar seu faturamento sem perder leitores e sem concorrência, pode? Onde estão o PROCON, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e a Secretaria de Defesa Econômica (SDE) que não veem isso e não saem a campo em defesa da livre concorrência e dos consumidores?
Foto: Wikipédia.
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