Um grupo de hackers atacou o site da Blackberry nesta quarta-feira, após a empresa afirmar que colaboraria com a polícia britânica na identificação dos responsáveis pelos recentes tumultos no país.
O sistema da Blackberry de envio de mensagens pela internet, incluindo telefones celulares, foi identificado como um dos métodos usados pelos responsáveis pelos tumultos para coordenar sua ações.
O grupo hacker Team Poison invadiu o blog da empresa, ameaçando retaliações se a empresa ceder dados para as investigações policiais.
Por meio de um comunicado, os hackers disseram que não apoiam os saques ou ataques a pessoas inocentes e pequenos negócios, mas que são a favor dos que promovem "ataques ao governo ou contra a polícia".
O grupo diz que "pessoas que estavam no lugar errado na hora errada e possuem um Blackberry podem ser incriminadas sem motivo".
O porta-voz da Blackberry Patrick Spence afirmou que a empresa "lamenta pelos que foram afetados pelos tumultos dos últimos dias em Londres".
"Entramos em contato com as autoridades para ajudar de qualquer forma que pudermos", disse ele.
Legalidade
Especialistas dizem que a polícia poderia usar informações de telefones celulares para determinar a culpa de indivíduos, mas dentro de certas limitações.
Os investigadores poderiam requisitar acesso ao conteúdo das mensagens de texto enviadas por certas pessoas, desde que suas identidades tenham sido determinadas antes e que a polícia tenha indícios de que elas estariam, por exemplo, em áreas onde ocorreram tumultos.
A identificação inicial teria que ser feita de outras formas, caso a caso - por exemplo, por meio de câmeras de segurança de rua ou de dados do serviço secreto.
Apesar das restrições, alguns especialistas dizem que há escopo para que as diretrizes da polícia sejam flexibilizadas, embora seja improvável a aprovação de pedidos, por exemplo, de acesso a todos os celulares de determinada região.
Outra possibilidade legal seria a Blackberry oferecer voluntariamente parte de seus dados para a polícia.
Procurada pela BBC para comentar o tema, a polícia de Londres não estava disponível.
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