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Imprensa Negra

Por: Entre os títulos está a Revista Senzala, de 1.946, que divulgava eventos cotidianos da população negra, tais como festas, bailes, concursos de poesia e de beleza, que não apareciam na grande imprensa. Texto: Verônica Cristo, do Núcleo de Comunicação do Arquivo Público do Estado de S. Paulo. - 12/5/2011
S. Paulo - Nesta sexta-feira, 13 de maio, quando são lembrados os 123 anos da Abolição da Escravidão, o Arquivo Público de S. Paulo destaca a Imprensa Negra, exibindo pela Internet 23 títulos de jornais e revistas do movimento negro brasileiro. Leia mais.
Neste 13 de maio, quando é lembrada a Abolição da Escravatura no Brasil, o Arquivo Público do Estado de São Paulo, órgão vinculado à Casa Civil, irá colocar em seu site 23 títulos de jornais e revistas da chamada "imprensa negra" brasileira.

Trata-se de uma coleção de periódicos publicados por várias vertentes do movimento negro no país durante as primeiras décadas do século XX. A iniciativa irá facilitar o acesso ao acervo, que antes só podia ser consultado na sede da instituição.

Estes periódicos foram publicados por várias correntes do movimento negro, como o jornal A Voz da Raça, da Frente Negra Brasileira. Fundado em 1933, o jornal é tido como um dos mais importantes do gênero, sendo bastante lido também fora da comunidade negra. A Voz da Raça circulou até 1937, totalizando 70 edições.

Outro exemplo é a revista Quilombo (1950), editada por Abdias do Nascimento, célebre militante e agitador cultural. O periódico tinha a função de articular e divulgar a Convenção Nacional do Negro Brasileiro.

A expressão "imprensa negra" é comum no meio acadêmico para designar títulos de jornais e revistas publicados em São Paulo após o processo abolicionista, no final do século XIX. Estes periódicos destacaram-se no combate ao preconceito e na afirmação social da população negra, funcionando como instrumentos de integração deste grupo na sociedade brasileira no início do século XX.

Além disso, estes jornais também atuavam na divulgação de eventos cotidianos da população negra, tais como festas, bailes, concursos de poesia e beleza, os quais raramente apareciam em veículos da grande imprensa. É o caso, por exemplo, dos jornais Getulino (1916-1923) e O Clarim d´Alvorada (1929-1940) e da revista Senzala (1946), entre outros.

Grande parte dos jornais foi editada na cidade de São Paulo, mas também constam alguns títulos de outras cidades como o Rio de Janeiro, Campinas e Sorocaba.

Veja os títulos disponíveis na internet:

Jornais: O Alfinete (1918-1921), Alvorada (1948), Auriverde (1928), O Bandeirante (1918-1919), Chibata (1932), O Clarim (1924), O Clarim d´Alvorada (1929-1940), Cruzada Cultural (1950-1966), Elite (1924), Getulino (1916-1923), Hífen (1960), O Kosmos (1924-1925), A Liberdade (1919-1920), Monarquia (1961), O Novo Horizonte (1946-1954), O Patrocínio (1928-1930), Progresso (1930), A Rua (1916), Tribuna Negra (1935), A Voz da Raça (1933-1937), O Xauter (1916). Procure pelos títulos indicados no site: http://www.arquivoestado.sp.gov.br/jornais
Revistas: Quilombo (1950) e Senzala (1946). Consulte pelo site: http://www.arquivoestado.sp.gov.br/a_revistas

Sobre o Arquivo Público

O Arquivo Público do Estado de São Paulo, órgão vinculado à Casa Civil, é um dos maiores arquivos públicos brasileiros. Sua função é formular uma política estadual de arquivos e recolher, tratar e disponibilizar ao público toda documentação de caráter histórico produzido pelo Poder Executivo Paulista.

A instituição mantém sob sua guarda aproximadamente 6 mil metros lineares de documentação textual permanente, 17 mil metros de documentação intermediária, 900m de material iconográfico, grande quantidade de jornais e revistas e uma biblioteca de apoio à pesquisa com 45 mil volumes.

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