Por Luciano Martins Costa em 29/4/2011 | |
A imprensa brasileira, ou aquela facção dominante que nos últimos anos assumiu um protagonismo central nas disputas políticas, tem dificuldades para lidar com a inflação de egos que ameaça implodir a oposição partidária. São muitos os sinais, desde 2006, de rancores acumulados entre próceres oposicionistas nas frustradas tentativas de derrubar do governo federal a aliança liderada pelo Partido dos Trabalhadores. Os principais jornais esconderam a crise enquanto ela fermentava e agora parecem desnorteados diante do fato consumado. A criação, pelo prefeito paulistano Gilberto Kassab, de mais um partido híbrido com vocação para a adesão é apenas o elemento mais ruidoso dessa enorme confusão. Por trás das defecções mais ou menos importantes no principal partido oposicionista se desenrola um drama ainda mais interessante, que a imprensa, com raras exceções, ainda não relatou devidamente. Trata-se do esvaziamento formal de um projeto de social-democracia nos moldes europeus, conforme foi sonhado pelo sociólogo e ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Cardoso, cuja carreira política foi lançada pelo falecido senador Orestes Quércia, que tinha como principal operador no antigo MDB o advogado Antônio Roque Citadini, vê desmoronar o sonho de um grande partido capaz de conduzir o Brasil à modernidade. Tijolos em queda O Brasil avança, mas parte das bandeiras da social-democracia mudou de mãos e o intelectual que migrou para a política tem a lamentar grandes perdas nos dois capítulos de sua biografia. O PSDB se esvazia na quantidade e demonstra que não tem quadros de qualidade capazes de reverter o processo de desmanche. Alguns analistas investem em tentativas de explicar o fenômeno. Nenhum deles ainda se arriscou a investigar, como causa, o fato de que o PSDB abandonou seu ideário assim que chegou ao poder. Aqui e ali apenas pontuam citações. Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, e Gilberto Kassab, eleito sob as asas dos tucanos para a prefeitura da capital, são a antítese da liderança sonhada por Fernando Henrique. Quem testemunhou o brilho da corte tucana em Brasília, nos oito anos entre 1994 e 2002, sabe o que é decadência. A imprensa está ocupada em contar os tijolos que caem, mas não explica a demolição. O Brasil perde com a falta de um debate ideológico mais qualificado e não se fala no papel da imprensa em todo esse imbroglio. |
“EXMO. SR. JAIR MESSIAS BOLSONARO MD. PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL BRASÍLIA – DF Senhor Presidente, As Centrais Sindicais que firmam a presente vem, respeitosamente, apresentar-se à Vossa Excelência com a disposição de construir um diálogo em benefício dos trabalhadores e do povo brasileiro. Neste diálogo representamos os trabalhadores, penalizados pelo desemprego que atinge cerca de 12,4 milhões de pessoas, 11,7% da população economicamente ativa (IBGE/PNAD, novembro de 2018) e pelo aumento da informalidade e consequente precarização do trabalho. Temos assistido ao desmonte de direitos historicamente conquistados, sendo as maiores expressões desse desmonte a reforma trabalhista de 2017, os intentos de reduzir direitos à aposentadoria decente e outros benefícios previdenciários, o congelamento da política de valorização do salário mínimo e os ataques à organização sindical, as maiores expressões deste desmonte. Preocupa-nos sobremaneira o destino da pol
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