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FOLHA - RECONFIGURAÇÃO OU AUTODESTRUIÇÃO?

Em fevereiro deste ano, a Folha anunciou mudanças na configuração do editorial. Entre as mudanças anunciadas, o texto dizia que “um dos objetivos é reforçar a cobertura da política local e regional”.
Ainda no mesmo texto, a Folha apresentava o novo editor – chefe: "Os destinos da cidade são definidos a partir de decisões políticas, para o bem ou para o mal", afirma o editor-chefe da Folha da Região, Milton Rodrigues, acrescentando: "Em sintonia com a história e a tradição da Folha, a cobertura da política terá como ponto de convergência sempre o interesse da população".
Notem que já na continuidade do texto, o editor – chefe Milton Rodrigues, apresenta a linha editorial que será por ele adotada ressaltando o seguinte fato: ”a cobertura da política terá como ponto de convergência sempre o interesse da população".
É exatamente este o ponto que chama a atenção do Observatório Social da Imprensa de Araçatuba: ponto de convergência e o interesse da população.
Para a continuidade desta nossa reflexão, precisamos trazer algumas informações para dentro deste debate:
Sabemos que nos dias atuais, os jornais impressos estão perdendo terreno para as mídias sociais.
Os organismos especializados em acompanhar este tema, apontam que no Brasil e no mundo há um declínio significativo no interesse das pessoas pela mídia de papel.
Recentemente tivemos a impactante noticia de que o Jornal do Brasil não mais estaria disponível nas bancas de revista, mantendo somente a sua versão digital.
A própria Folha da Região, vem aprimorando os seus meios eletrônicos em busca de ampliar o seu público.
A segunda questão é qual o mecanismo que o jornal utiliza para medir o ponto de convergência com os interesses da população?

Até onde vai o interesse do próprio jornal e o ponto de interesse da população?
Qual o percentual da população que está sendo considerado para respaldar a posição da Folha?
Será que isto é avaliado pelos 12 conselheiros eleitos em 2008?
Será que a Folha considera como referencial, para medir o ponto de convergência com a população, a sua coluna do leitor que explicitamente reproduz somente o ponto de vista de parte da população, haja vista o “pente fino” que é imposto aos cidadãos e cidadãs que têm um “ponto de vista” diferente da “convergência” esperada pela Folha da Região?
Recentemente o jornalista Anderson Soares, foi interpelado judicialmente por manifestar a sua opinião em relação à unilateralidade da Folha no tratamento que concede aos que tem uma opinião diferente daquela que é o interesse do jornal.
Por último, será que a população de Araçatuba, concorda com algumas formas de tratamentos que são dispensados pela Folha às autoridades do legislativo e Executivo da cidade? Como por exemplo, o texto publicado no dia 04/04/2011, com o titulo do editorial “Quando as ideias não correspondem aos fatos”, onde se lê: com exceção de algumas afirmações, como a pertinente conclusão sobre buracos: "O calcanhar de Aquiles nosso é a infraestrutura asfáltica”.

Continua ainda o jornal: “o Prefeito Cido Sério faz lembrar Cazuza, em trecho da canção "O tempo não para": como diz o poeta, definitivamente suas ideias não correspondem aos fatos”.

“De qualquer forma, apesar da ironia, do sarcasmo e da mordaça imposta a ocupantes de postos estratégicos no serviço público, o Prefeito falou.

E deu à população a oportunidade de beber um pouco na fonte da sua filosofia”. Ou em relação ao legislativo, em texto do publicado no dia 07/04/2011, com o titulo do editorial: “O Triste Papel dos Vereadores Submissos”.

 “No entanto, os vereadores passam a nítida impressão de que adoram ser maltratados. “Símbolo máximo da submissão, o vereador Rivael Papinha (PSB) foi à última vítima do desprezo e do deboche na resposta evasiva ao seu requerimento sobre valores de sucumbência”.

E ainda: “Papinha deveria ser o maior interessado em aprovar a alteração”. Mas foi o mais vassalo entre os sete que rejeitaram a proposta”.

E mais: “não chega a ser novidade o fato de boa parte dos vereadores fazer papel de serviçal do Executivo”. “A novidade é que eles também têm desenvolvido agora uma estranha vocação para o masoquismo, e essa forma de comportamento certamente renderia um ótimo tema para tese de doutorado. algo para ser estudado”.
Referências ao Prefeito de Araçatuba utilizando-se os versos de Cazuza, na música “O Tempo Não Para": afirmando que: “como diz o poeta, definitivamente suas ideias não correspondem aos fatos”, acabam caracterizando-se como uma atitude muito forçada na tentativa de desqualificar a autoridade máxima do município.

Cazuza naturalmente compôs está musica num contexto totalmente diferente deste que a Folha quer impor ao seu público.
Ao afirmar que o Prefeito foi sarcástico, irônico, insinuando que o mesmo instituiu a mordaça imposta a ocupantes de postos estratégicos no serviço público, seja dirigindo-se ao legislativo numa linguagem agressiva. Fica evidente que esta prática da Folha não corresponde à atitude respeitosa que a maioria da população concede aos seus representantes no Legislativo e no Executivo.

No entendimento do Observatório Social da Imprensa de Araçatuba, mordaça é aquilo que a Folha impõe aos leitores que querem manifestar uma opinião diferente daquela que ela defende e que por este motivo são impedidos de terem os seus textos publicados na coluna do leitor, simplesmente por não “convergirem” com as ideias do jornal. Mordaça é o que está sofrendo o jornalista Anderson Soares, quando é vitima de medidas judiciais pelo fato de criticar o jornal.

A Folha da Região reconfigurou o seu editorial, tornando–o muito parecido com o conteúdo apresentados por conhecidos tabloides sensacionalistas britânicos.

Desta maneira é óbvio que a Folha da Região terá que “reconfigurar” urgentemente também os seus valores, que estão definidos no texto que é estampado diariamente no interior de suas páginas, com o titulo “A Missão da Folha”. Verdadeiramente, será que os leitores da Folha concordam com os rumos que está "Missão" tomou nos últimos mêses? Brevemente teremos as respostas! 

“À imprensa cabe o fundamental papel de criticar construtivamente, mostrando caminhos, tentando aclarar pontos de vista e não seria demasiado dizer-se que a ela
cabe a missão sagrada de impor uma filosofia positiva, com vistas ao desenvolvimento da região”.

Comentários

  1. A "missão da Folha"é a "MISSÃO DA FALHA", se aqui em SP a FSP já é um lixo editorial e impresso, imagine ai em Araçatuba. Não dá mais "pra segurar". Indice de aprovação e leitura pelos principais executivos do Brasil, preferem os blogs do que a mídia impressa. É por ai que vamos.

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  2. Realmente imprensa impressa não dá para aguentar.

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  3. Bem... o texto diz tudo. Em uma semana após criticar a Folha da Região, meu site foi derrubado e está a dois dias fora do ar.
    Acredito que jornal não deve ter "ponto de convergência". A FR esqueceu que o jornalismo tem a missão de levar a informação imparcial e sempre ouvir as muitas partes envolvidas em uma mesma demanda.

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