13 fatos que sobre a vida e a carreira Kamala Harris que vão além dos clichês - by Guilherme Lucio da Rocha BuzzFeed Staff
A trajetória da 1ª mulher negra candidata a vice-presidência dos EUA indica que ela não será apenas uma figurante na chapa que quer tirar Donald Trump da Casa Branca.1) Kamala Harris nasceu em Oakland, na Califórnia, no dia 20 de outubro de 1964
1) Kamala Harris nasceu em Oakland, na Califórnia, no dia 20 de outubro de 1964
2) Kamala é filha de dois acadêmicos de classe média que nasceram fora dos Estados Unidos. Sua mãe, Shyamala Gopalan, nasceu na Índia e foi uma pesquisadora sobre câncer de mama. Ela morreu em 2009 em decorrência de um câncer de colón. Seu pai, Donald Harris, nasceu na Jamaica, é formado em economia e é professor emérito da universidade de Stanford, uma das mais tradicionais do país.
3) Quando Kamala tinha sete anos, seus pais se divorciaram e ela passou a morar com a mãe e a irmã, Maya Harris, que então tinha três anos. Ela afirma que Shaymala era exigente e quando ouvia reclamações, retrucava para filha: “Hmmm, Kamala. Então... o que você vai fazer sobre isso?”
2) Kamala é filha de dois acadêmicos de classe média que nasceram fora dos Estados Unidos. Sua mãe, Shyamala Gopalan, nasceu na Índia e foi uma pesquisadora sobre câncer de mama. Ela morreu em 2009 em decorrência de um câncer de colón. Seu pai, Donald Harris, nasceu na Jamaica, é formado em economia e é professor emérito da universidade de Stanford, uma das mais tradicionais do país.
3) Quando Kamala tinha sete anos, seus pais se divorciaram e ela passou a morar com a mãe e a irmã, Maya Harris, que então tinha três anos. Ela afirma que Shaymala era exigente e quando ouvia reclamações, retrucava para filha: “Hmmm, Kamala. Então... o que você vai fazer sobre isso?”
4) Os filhos do presidente Donald Trump também dão trabalho no Twitter. Em junho de 2019, Donald Trump Jr. deu retuíte numa publicação questionando a ancestralidade de Kamala Harris, dizendo que ela não era "afro-americana" por ser filha de um jamaicano com uma indiana. "Isso é verdade? Wow", dizia ele, que logo depois apagou a mensagem.
Quando perguntada sobre o assunto, Kamala respondeu:
“Essa é a mesma coisa que eles fizeram com Barack Obama. Eu não acho que eles entendem quem são o povo negro. Porque se eles soubessem, se eles andassem pelo campus de Hampton, ou de Howard, Morehouse, Spelman ou Fisk (universidades com histórico de receberem grandes contingentes de universitários negros), você teria uma ideia muito melhor sobre a diáspora, sua diversidade, a beleza na diversidade que nós somos como pessoas negras. Algumas pessoas tem uma visão limitada sobre quem são os negros. E isso é com eles, não é com a gente”.
5) A hoje senadora e candidata a vice-presidência dos EUA pelo partido Democrata se formou em ciências políticas e econômicas pela Universidade de Howard, conhecida por formar alunos negros, e em direito pela Universidade de Califórnia. Ela começou sua carreira nos anos 90, como promotora especializada de crimes sexuais no condado de Alameda, na Califórnia. Entre 2004 e 2010, foi eleita para o cargo de District Attorney (promotor do distrito, em tradução livre) em São Francisco, sendo a primeira mulher negra eleita para o cargo. O District Attorney tem a função próxima a de um promotor de Justiça brasileiro.
6) Em parte do período que sua irmã atuou como procuradora-chefe em São Francisco, Maya foi diretora executiva da American Civil Liberties Union, uma organização não governamental e sem fins lucrativos que visa a garantia de direitos individuais, no norte da Califórnia, região onde fica a cidade de São Francisco. Com isso, as irmãs Harris eram potenciais "adversárias" nos tribunais.
7) Entre 2011 e 2016, Kamala foi eleita para o cargo de Attorney General (promotor-geral, em tradução livre) quem tem uma função próxima ao de um procurador-geral do Estado em comparação com a estrutura do Ministério Público brasileiro. Também foi a primeira mulher negra a ocupar o cargo. Progressistas e ativistas dos direitos civis são críticos a gestão dela no cargo. Segundo eles, a hoje senadora, considerada representante da esquerda moderada e que levanta bandeira dos direitos civis e a favor de uma reforma no sistema judiciário e prisional americano, não tomou nenhuma medida efetiva quando pôde.
Dentre as principais críticas estão a falta de apoio a uma lei que obrigaria uma investigação especial da promotoria após troca de tiros envolvendo policiais e a utilização de câmaras acopladas aos uniformes de policiais.
8) Em 2016, nos bastidores da política da Califórnia, as próximas eleições que aconteceriam dali um par de anos e a escolha de quem seria o candidato democrata para suceder o atual governador, Jerry Brown, estavam quentes. Os nomes mais falados eram de Kamala Harris e Gavin Newsom. Harris e Newson eram amigos de longa data e, enquanto ela ocupava o cargo de Attorney General na Califórnia, ele era o vice-governador do estado. Porém, antes dos amigos virarem rivais nas urnas, Kamala foi concorrer ao Senado naquele ano e venceu, sendo a segunda mulher negra senadora nos Estados Unidos a ocupar essa posição. Perguntada o que teria acontecido caso disputasse a eleição de 2018 com o parceiro democrata, ela respondeu:
“Eu teria ganho. Isso não é óbvio?!"
9) No dia 11 de fevereiro de 2019, poucos dias após anunciar que seria pré-candidata a presidência pelo partido Democrata, Kamala deu uma entrevista ao programa de rádio "The Breakfast Club", que tem fortes ligações com o rap. Em certo momento, um dos entrevistados questiona a senadora sobre uma possível oposição dela a legalização da maconha, no que ela responde, aos risos: "Olha, eu faço piada sobre isso. Metade da minha família é da Jamaica. Você tá brincando comigo?"
Bem, o pai de Kamala, que é jamaicano, não viu graça na brincadeira da filha. Em depoimento a um blog voltado "para a diáspora jamaicana em todo o mundo", Donald Harris disse: "Meus parentes estão se revirando na tumba agora em ver o nome da sua família, a reputação, o orgulho jamaicano, sua identidade, sendo conectados, de qualquer jeito, de forma jocosa ou não, com um estereótipo fraudulento de fumantes de maconha buscando por alegria e na busca por políticas identitárias. Falando poor mim e pelos meus familiares jamaicanos mais próximos, nós gostaríamos nos desassociar categoricamente desta farsa".
10) Por falar em rap, a senadora já se disse apreciadora da vertente musical. Ela já destacou que gosta de ouvir a música HUMBLE, do rapper - também californiano -Kendrick Lamar, e é fã da Cardi B.
11) No seu Twitter oficial, Kamala se descreve como: Senadora dos EUA e candidata Democrata para vice-presidência dos Estados Unidos. Esposa, Momala, Tia. Lutando pelas pessoas. Ela/dela. Mas de onde vem esse "Momala"? Desde 2014, ela é casada com Doug Emhoff, que tem duas filhas de um casamento anterior. As filhas do então marido decidiram adaptar o nome de batismo da madrasta, misturando a palavra mother (mãe, em inglês).
12) Na campanha para ver quem seria o candidato do partido Democrata para a presidência dos EUA, os agora companheiros de chapa Kamala Harris e Joe Biden tiveram um momento tenso. Em debate realizado pela rede MSNBC, em junho do ano passado, a senadora indagou o ex-vice presidente na gestão de Barack Obama sobre sua relação próxima com dois senadores com discurso pró-segregação.
"Você também trabalhou com eles na oposição a políticas de busing". Busing é uma política criada ainda nos anos 70 que levava alunos negros, de ônibus, até escolas de bairros majoritariamente brancos, criando assim um sistema que reduzia a segregação racial.
"Existia uma garota na Califórnia que fazia parte do ensino fundamental de uma escola pública, e ela era levada de ônibus todo dia. Essa garota era eu".
A frase viralizou e o "Essa garota era eu" virou slogan da campanha de Kamala.
13) Assim como boa parte do Partido Democrata, a senadora é crítica da política ambiental do governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Em sua conta oficial no Twitter, ela disse que o presidente deveria responder pela devastação na Amazônia e que a destruição "afeta a todos".
4) Os filhos do presidente Donald Trump também dão trabalho no Twitter. Em junho de 2019, Donald Trump Jr. deu retuíte numa publicação questionando a ancestralidade de Kamala Harris, dizendo que ela não era "afro-americana" por ser filha de um jamaicano com uma indiana. "Isso é verdade? Wow", dizia ele, que logo depois apagou a mensagem.
Quando perguntada sobre o assunto, Kamala respondeu:
“Essa é a mesma coisa que eles fizeram com Barack Obama. Eu não acho que eles entendem quem são o povo negro. Porque se eles soubessem, se eles andassem pelo campus de Hampton, ou de Howard, Morehouse, Spelman ou Fisk (universidades com histórico de receberem grandes contingentes de universitários negros), você teria uma ideia muito melhor sobre a diáspora, sua diversidade, a beleza na diversidade que nós somos como pessoas negras. Algumas pessoas tem uma visão limitada sobre quem são os negros. E isso é com eles, não é com a gente”.
5) A hoje senadora e candidata a vice-presidência dos EUA pelo partido Democrata se formou em ciências políticas e econômicas pela Universidade de Howard, conhecida por formar alunos negros, e em direito pela Universidade de Califórnia. Ela começou sua carreira nos anos 90, como promotora especializada de crimes sexuais no condado de Alameda, na Califórnia. Entre 2004 e 2010, foi eleita para o cargo de District Attorney (promotor do distrito, em tradução livre) em São Francisco, sendo a primeira mulher negra eleita para o cargo. O District Attorney tem a função próxima a de um promotor de Justiça brasileiro.
6) Em parte do período que sua irmã atuou como procuradora-chefe em São Francisco, Maya foi diretora executiva da American Civil Liberties Union, uma organização não governamental e sem fins lucrativos que visa a garantia de direitos individuais, no norte da Califórnia, região onde fica a cidade de São Francisco. Com isso, as irmãs Harris eram potenciais "adversárias" nos tribunais.
7) Entre 2011 e 2016, Kamala foi eleita para o cargo de Attorney General (promotor-geral, em tradução livre) quem tem uma função próxima ao de um procurador-geral do Estado em comparação com a estrutura do Ministério Público brasileiro. Também foi a primeira mulher negra a ocupar o cargo. Progressistas e ativistas dos direitos civis são críticos a gestão dela no cargo. Segundo eles, a hoje senadora, considerada representante da esquerda moderada e que levanta bandeira dos direitos civis e a favor de uma reforma no sistema judiciário e prisional americano, não tomou nenhuma medida efetiva quando pôde.
Dentre as principais críticas estão a falta de apoio a uma lei que obrigaria uma investigação especial da promotoria após troca de tiros envolvendo policiais e a utilização de câmaras acopladas aos uniformes de policiais.
8) Em 2016, nos bastidores da política da Califórnia, as próximas eleições que aconteceriam dali um par de anos e a escolha de quem seria o candidato democrata para suceder o atual governador, Jerry Brown, estavam quentes. Os nomes mais falados eram de Kamala Harris e Gavin Newsom. Harris e Newson eram amigos de longa data e, enquanto ela ocupava o cargo de Attorney General na Califórnia, ele era o vice-governador do estado. Porém, antes dos amigos virarem rivais nas urnas, Kamala foi concorrer ao Senado naquele ano e venceu, sendo a segunda mulher negra senadora nos Estados Unidos a ocupar essa posição. Perguntada o que teria acontecido caso disputasse a eleição de 2018 com o parceiro democrata, ela respondeu:
“Eu teria ganho. Isso não é óbvio?!"
9) No dia 11 de fevereiro de 2019, poucos dias após anunciar que seria pré-candidata a presidência pelo partido Democrata, Kamala deu uma entrevista ao programa de rádio "The Breakfast Club", que tem fortes ligações com o rap. Em certo momento, um dos entrevistados questiona a senadora sobre uma possível oposição dela a legalização da maconha, no que ela responde, aos risos: "Olha, eu faço piada sobre isso. Metade da minha família é da Jamaica. Você tá brincando comigo?"
Bem, o pai de Kamala, que é jamaicano, não viu graça na brincadeira da filha. Em depoimento a um blog voltado "para a diáspora jamaicana em todo o mundo", Donald Harris disse: "Meus parentes estão se revirando na tumba agora em ver o nome da sua família, a reputação, o orgulho jamaicano, sua identidade, sendo conectados, de qualquer jeito, de forma jocosa ou não, com um estereótipo fraudulento de fumantes de maconha buscando por alegria e na busca por políticas identitárias. Falando poor mim e pelos meus familiares jamaicanos mais próximos, nós gostaríamos nos desassociar categoricamente desta farsa".
10) Por falar em rap, a senadora já se disse apreciadora da vertente musical. Ela já destacou que gosta de ouvir a música HUMBLE, do rapper - também californiano -Kendrick Lamar, e é fã da Cardi B.
11) No seu Twitter oficial, Kamala se descreve como: Senadora dos EUA e candidata Democrata para vice-presidência dos Estados Unidos. Esposa, Momala, Tia. Lutando pelas pessoas. Ela/dela. Mas de onde vem esse "Momala"? Desde 2014, ela é casada com Doug Emhoff, que tem duas filhas de um casamento anterior. As filhas do então marido decidiram adaptar o nome de batismo da madrasta, misturando a palavra mother (mãe, em inglês).
12) Na campanha para ver quem seria o candidato do partido Democrata para a presidência dos EUA, os agora companheiros de chapa Kamala Harris e Joe Biden tiveram um momento tenso. Em debate realizado pela rede MSNBC, em junho do ano passado, a senadora indagou o ex-vice presidente na gestão de Barack Obama sobre sua relação próxima com dois senadores com discurso pró-segregação.
"Você também trabalhou com eles na oposição a políticas de busing". Busing é uma política criada ainda nos anos 70 que levava alunos negros, de ônibus, até escolas de bairros majoritariamente brancos, criando assim um sistema que reduzia a segregação racial.
"Existia uma garota na Califórnia que fazia parte do ensino fundamental de uma escola pública, e ela era levada de ônibus todo dia. Essa garota era eu".
A frase viralizou e o "Essa garota era eu" virou slogan da campanha de Kamala.
13) Assim como boa parte do Partido Democrata, a senadora é crítica da política ambiental do governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Em sua conta oficial no Twitter, ela disse que o presidente deveria responder pela devastação na Amazônia e que a destruição "afeta a todos".
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