Estas fotos impressionantes retratam 100 anos de protestos por justiça racial - by Gabriel H. Sanchez Senior - Photo Essay Editor - POR BUZZFEED
Desde os protestos silenciosos nas ruas de Manhattan, em 1917, até os recentes levantes que se seguiram à morte de George Floyd, estas imagens registram a longa e tumultuosa luta por justiça racial nos Estados Unidos
Enquanto manifestantes por todos os Estados Unidos erguem suas vozes após a morte de George Floyd, um homem negro desarmado que foi morto quano sob custódia da polícia de Minneapolis, imagens porderosas desses protestos têm circulado pelo mundo inteiro. Essas fotos podem definir um movimento nos próximos anos, e se tornar a fundação sobre a qual as futuras gerações poderam apoiar sua própria luta por liberdades civis.
"A maioria dos americanos hoje aprendem sobre o Movimento Pelos Direitos Civis através de fotografias," escreveu o historiador Mark Speltz na Time, após Alton Sterling ser baleado e morto por dois policiais brancos em Baton Rouge, Louisiana. "Fotos contemporâneas que definem a luta por justiça social nos Estados Unidos são um parâmetro crítico para a narrativa visual do passado da nossa nação."
A luta pelos direitos civis tem uma longa história visual. Para simplificar um pouco, focamos nos últimos 100 anos, começando com 1917, quando milhares de manifestantes tomaram as ruas de Manhattan em um silêncio enlutado, em resposta aos ataques racistas que ocorreram na zona leste de St. Louis, que matou dezenas de pessoas negras e deixou outras milhares sem teto.
Um século mais tarde, com um contraste gritante em relação aos protestos de 1917, temos as fotos foram tiradas alguns dias após Michael Brown ter sido baleado e morto por um policial branco em Fergusson, Missouri, em 2014. Aqui, os manifestante encontraram forte oposição, reminiscente dos momentos mais marcantes da era dos direitos civis na década de 60 — momentos como a Marcha sobre Washington, em 1963, e as Marchas de Selma a Montgomery, em 1965. Essas imagens ficaram gravadas em nossa memória coletiva e contam como um mapa visual de tudo o que já foi conquistado e do que ainda falta alcançar
Essas imagens também revelam como as coisas mudaram pouco, décadas depois desses eventos. "Apesar de uma distância de algumas décadas," Speltz escreveu em 2016, "as emocionantes imagens do emergente movimento Black Lives Matter constrói uma narrativa visual de protesto e luta que ainda hoje é relevante".
Estas imagens contam a história de um século de protestos por justiça racial nos Estados Unidos.

Uma marcha silenciosa por Nova York, em protesto contra o tratamento aplicados pela polícia contra os negros, durante os levantes de St. Louis, em 1917. Milhares de pessoas marcharam pela Quinta Avenida sem dizer uma palavra. Eles não cantaram nem gritaram palavras de ordem. Os únicos sons eram o desconcertante toque solene de tambores abafados e, claro, os passos dos manifestantes sobre o asfalto quente. A parada foi um protesto silencioso.

Mais de 3.000 pessoas carregaram cartazes pelas ruas de Washington, DC, exigindo a extinção dos linchamentos nos Estados Unidos, em 1922.

Os manifestantes ficaram em frente ao museu histórico Daughters of the American Revolution (Filhas da Revolução Americana) com cartazes e laços em volta do pescoço, em 1 de janeiro de 1934.

Os manifestantes negros seguram placas e marcham em protesto contra a brutalidade policial depois de um homem negro ter sido morto a tiros em Washington, DC, no dia 16 de julho de 1938.

No bairro do Harlem, na cidade de Baltimore, Maryland, um grupo de jovens negros sorriem e caminham pela rua, logo antes do início de um protesto contra as injustiças raciais, em 7 de agosto de 1943.

Policiais estaduais espancam um homem que saiu de um concerto de Paul Robeson no Old Hollow Brook Golf Club, em Cortlandt Manor, Nova York, em 4 de setembro de 1949. Tanto os policiais estaduais quanto os municipais, que deveriam proteger os jovens que foram assistir ao concerto dos ataques dos manifestantes anti-Robeson, juntaram-se aos agressores.

Rosa Parks tem suas digitais coletadas ao ser fichada após sua recusa em ceder seu lugar no ônibus para um passageiro branco dar início ao movimento de boicote aos ônibus, em Montgomery, Alabama, em 1956.

Elizabeth Eckford ignora os gritos e olhares de seus colegas em seu primeiro dia de aula, em 6 de setembro de 1957. Ela foi uma dentre os 9 estudantes negros que uma corte federal ordenou que fossem autorizados a se matricularem na Central High School de Little Rock, após uma ação legal movida pela NAACP.

Um policial conversa com manifestantes negros que se sentaram em uma mesa de uma lanchonete em protesto, em Oklahoma, em 1958.

Martin Luther King Jr fala com a multidão de manifestantes do lado de fora do Memorial Lincoln, durante a Marcha Sobre Washington Por Emprego e Liberdade, em Washington, DC, em 28 de agosto de 1963.

Bombeiros usam mangueiras de incêndio para controlar os manifestantes durante a Campanha de Birmingham, em Birmingham, no Alabama, em maio de 1963.

Duas garotas negras aterrorizadas correm dos policiais durante os tumultos no bairro Bedford-Stuyvesant, no Brooklyn, em 21 de julho de 1964.


Polícia arrastando um dos vários manifestantes presos do lado de fora do prédio da administração da escola, quando mais de 1.000 manifestantes entraram em confronto com a polícia, em 17 de novembro de 1967.

Um policial vigia estudantes na Universidade do Sul do Texas, uma faculdade historicamente frequentada por negros, presos durante tumulto, em 20 de maio de 1967.

Pessoas reunidas ao fim da Marcha dos Pobres ( Poor People's March), em Washington, DC, em 19 de junho de 1968. A Campanha dos Pobres ( Poor People's Campaign) foi organizada em 1968, por Martin Luther King Jr e a Southern Christian Leadership Conference para exigir ajuda econômica para as comunidades pobres dos Estados Unidos.

Ativistas dos direitos civis são barrados por agentes da Guarda Nacional brandindo baionetas para dispersar um protesto em Memphis, em 1968.

O medalhista de ouro americano, Tommie Smith (ao centro), e o medalhista de bronze, John Carlos, fazem a saudação Black Power ao subir no pódio dos Jogos Olímpicos na Cidade do México, em 1968.

Os Panteras Negras marcham em protesto contra o jugalmento de seu cofundador, Huey P. Newton, em Oakland, em 22 julho de 1968.

A Aliança das Mulheres do Terceiro Mundo (Third World Women's Alliance) marcha em apoio a Angela Davies, acusada pelo FBI de fazer parte de um plano para libertar membros dos Panteras Negras, em 26 de agosto de 1970.

Manifestantes protestam contra o resultado do julgamento de Howard Beach, em que quatro jovens brancos foram liberados das acusações de assassinato contra Michael Griffith, morto por questões raciais, em 21 de dezembro de 1987.

Manifestantes falam durante um protesto contra a brutalidade policial, em Oakland, em 1985.

Mãe e seu bebê observam a situação após o fim dos tumultos que se seguiram à prisão e o espancamento de Rodney King, em Los Angeles, em 30 de abril de 1992.

Sete mil haitianos marcham em protesto pelo tratamento inadequado dado a Abner Louima, um imigrante haitiano que foi atacado e agredido por policiais da cidade de Nova York ao ser preso próximo a um clube noturno no Brooklyn, em 29 de agosto de 1997.

Manifestantes seguram cartazes enquanto marcham do Brooklyn até Manhattan, em Nova York, durante um protesto contra a brutalidade policial, em 15 de abril de 1999. A marcha foi instigada pela morte de um imigrante africano desarmado, Amadou DIallo, que foi atingido por 41 disparos da polícia enquanto estava de pé no vestíbulo de seu próprio apartamento, no Bronx.

Yero Odinakachaw segura uma fotografia durante o protesto Avenging the Ancestors na Filadélfia, em 3 de julho de 2002. Oito descendentes de pessoas escravizadas por George Washington, assim como de outros africanos escravizados, manifestaram para expor a história da escravidão na cidade.

Manifestantes se reúnem na Universidade de Columbia, na cidade de Nova York, em 10 de outubro de 2007, depois que uma professora negra encontrou um laço de forca na porta do seu escritório.

Pessoas junto com os membros do Conselho da Cidade de Nova York participam de uma coletiva de imprensa para pedir por justiça no caso de Trayvon Martin, morto em 26 de fevereiro, em Sanford, na Flórida, no dia 28 de março de 2012.

Gás lacrimogênio lançado sobre manifestante ajoelhada no meio da rua com as mãos para o alto depois de um protesto por causa da morte do adolescente Michael Brown, morto por um policial, em Ferguson, Missouri, em 17 de agosto de 2014.

Polícia força os manifestantes do distrito comercial para os bairros vizinhos em Ferguson, Missouri, em 11 de agosto de 2014.

Manifestante protestando por Alton Sterling, morto a tiros, preso próximo ao quartel-general do departamento de polícia, em Baton Rouge, Louisiana, em 9 de julho de 2016.

Pessoas marcham pelo Hollywood Boulevard, em protesto contra a decisão do estado de Nova York de não indiciar o policial envolvido na morte por estrangulamento de Eric Garner, em Los Angeles, no dia 6 de dezembro de 2014.


A polícia monitora as atividades enquanto os manifestantes protestam em frente a uma loja da Starbucks, em 15 de abril de 2018. A polícia prendeu dois rapazes negros que estavam esperando dentro da Starbucks em Center City, o que levou até mesmo o presidente da companhia a pedir desculpas publicamente.

Centenas de manifestantes se reúnem na Praça Foley, em Manhattan, para protestarem contra a morte de George Floyd, em Nova York, no dia 29 de maio.

Fogos de artifício explodem sobre um manifestante com as mãos erguidas durante protesto em Ferguson, no Missouri, contra a morte de George Floyd quando estava sob a custódia da polícia de Minneapolis, em 30 de maio de 2020.


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